Traiano nega custos com posse relâmpago de deputados afastados
Presidente da AL diz que Francischini e mais três parlamentares reconduzidos no cargo por Nunes Marques e posteriormente destituídos pela 2ª Turma do STF não receberão salários
Curitiba - O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano (PSD), afirmou, nesta quarta-feira (8), que tentou convencer o deputado estadual Fernando Francischini (União Brasil) a não tomar posse na última segunda-feira (6), por conta do risco de reversão da liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques, já no dia seguinte, como, de fato, ocorreu. Traiano comentou, contudo, que a AL se precaveu quanto à possibilidade de reviravolta no caso. Nem as placas com os nomes dos deputados nas portas dos gabinetes foram trocadas.
“Eu até conversei com o deputado Francischini, no domingo (5), sugerindo a ele que aguardasse o julgamento de terça-feira (7), para termos uma decisão mais definitiva, mas ele achou por bem tomar posse na segunda-feira e eu tinha uma de
O presidente da AL, Ademar Traiano (PSD), reconduziu aos cargos no final da tarde de ontem os deputados Nereu Moura (MDB), Elio Rusch (União Brasil), Adelino Ribeiro (PSD) e Pedro Bazana (PSD)
cisão judicial a cumprir. Empossamos, mas sabendo que poderia haver uma mudança [...] Mas tomamos toda a cautela. Não demitimos os servidores dos deputados que deixaram o cargo e não vamos fazer pagamento aos deputados empossados por dois dias”, disse.
Apesar de a Segunda Turma do STF ter restabelecido, na tarde de terça-feira (7), a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cassou o mandato de Francischini por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por ter feito transmissão nas redes
sociais com falsa denúncia sobre fraude nas urnas eletrônicas durante as eleições de 2018, Francischini seguia como deputado durante a sessão plenária que ocorreu na manhã de ontem. Seu nome, assim como os dos deputados Emerson Bacil (União) e Cassiano Caron
(União), também empossados na última segunda-feira por conta da liminar de Nunes Marques, permaneciam no painel eletrônico da Casa. Nenhum dos três, no entanto, esteve presente na sessão. O quarto deputado eleito pelo PSL, que perdeu mandato com a cassação de Francischini e retornaria à Assembleia por força da liminar, Do Carmo (União), sequer tomou posse, pois optou por esperar o julgamento de terça-feira.
RECONDUÇÃO
A Comissão Executiva da AL reconduziu aos cargos os deputados Nereu Moura (MDB), Elio Rusch (União), Adelino Ribeiro (PSD) e Pedro Bazana (PSD), após recebida, no final da tarde de quarta, a notificação do STF, assinada pelo ministro Kássio Nunes Marques.
Para o presidente da Assembleia, a situação deve ficar pacificada a partir desta decisão do STF.
A FOLHA não conseguiu falar com Francischini.