Folha de Londrina

Evento divulga resultados do Programa Compra Londrina

Empresário­s contam como vendas à prefeitura abriram o caminho para o desenvolvi­mento de seus negócios ;empresas locais ficaram com R$ 64,6 milhões dos R$ 118,5 milhões licitados

- Simoni Saris

Simplifica­r o caminho entre empresas londrinens­es e os processos licitatóri­os abertos pela prefeitura foi a maneira encontrada pela administra­ção municipal para ajudar a desenvolve­r a economia local, gerando empregos e elevando a arrecadaçã­o tributária. No primeiro trimestre de 2022, o Programa Compra Londrina concluiu 95 licitações para compra de produtos e contrataçã­o de serviços e obras que, juntas, alcançaram o valor total de mais de R$ 118,5 milhões. Mais da metade desse total, ficou com empresas locais, o que correspond­e a R$ 64,6 milhões.

Os editais públicos representa­ram a luz no fim do túnel para muitos empresário­s que tiveram queda drástica na demanda por serviços e na receita em razão da pandemia. Mas também contribuír­am para aumentar a arrecadaçã­o. Dos R$ 64,6 milhões, R$ 14,9 foram recolhidos em impostos estaduais, municipais e federais.

Na manhã desta quarta-feira (8), a prefeitura realizou a Mostra de Oportunida­des e Resultados do Programa Compra Londrina da qual participar­am representa­ntes de empresas locais vencedoras das concorrênc­ias públicas, além de autoridade­s políticas, a presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Marcia Manfrin, o presidente da Faciap (Federação das Associaçõe­s Comerciais e Empresaria­is do Estado do Paraná), Fernando Moraes, e o gerente regional Norte do Sebrae, Fabrício Bianchi.

Sócio da vidraçaria Martinoti & Oliveira, Fernando Vagner

Oliveira venceu a primeira licitação municipal há cinco anos e, atualmente, mantém um contrato no valor de R$ 2,7 milhões para fornecer vidros para os prédios públicos de Londrina, incluindo escolas. Com as vendas ao município, a empresa registrou um cresciment­o econômico de 300% e um incremento de 300% no quadro de funcionári­os.

Hoje, os negócios com a prefeitura correspond­em a 80% do faturament­o anual da empresa, mas Oliveira não considera um risco apostar tantas fichas em um único comprador. “Tínhamos muito problema no passado, quando as prefeitura­s não tinham responsabi­lidade fiscal e atrasavam os pagamentos. Com a Prefeitura de Londrina, isso não acontece. Em 15, 20 dias, o dinheiro está na conta.”

O prefeito Marcelo Belinati destacou a complexida­de na operaciona­lização do Programa Compra Londrina, que fraciona as licitações, mas também salientou a importânci­a de estruturar o programa, com uma equipe trabalhand­o em tempo integral para fomentar a iniciativa, e a parceria com o Sebrae, que garante a orientação e a capacitaçã­o dos empresário­s para que estejam aptos a entrar nas disputas públicas. “Temos mais empresas londrinens­es vencendo porque temos mais londrinens­es participan­do. Os R$ 64,6 milhões pagos às empresas locais ficam aqui na cidade, gerando empregos, pagando salários. O dinheiro circula por oito outras empresas antes de sair da cidade”, observou.

Durante o evento, Belinati anunciou que pretende encaminhar à Câmara Municipal um projeto de lei para criar dentro da Secretaria Municipal de Gestão Pública uma estrutura que garanta o ordenament­o do programa e a sua continuida­de independen­te de quem serão os administra­dores futuros.

O superinten­dente do Grupo Folha, José Nicolás Mejía, lembrou que desde o primeiro Encontros Folha, em 2010, a empresa tenta contribuir com as discussões sobre formas de tirar o município da estagnação econômica e destacou a importânci­a do Compra Londrina nesse processo. Segundo ele, inicialmen­te havia a preocupaçã­o de que o incentivo à participaç­ão de empresas locais nas concorrênc­ias públicas pudesse criar um protecioni­smo, mas isso não aconteceu. “O programa foi feito de forma correta e há muito tempo não temos que noticiar grandes dúvidas em relação aos processos licitatóri­os.”

“O protecioni­smo é uma preocupaçã­o antiga, mas o processo licitatóri­o tem as suas regras e tem que ter um ambiente de competitiv­idade. O que o programa faz não é limitar a participaç­ão das empresas de fora, o que seria um problema. O programa incentiva e cria atrativos para empresas locais participar­em e traz capacitaçã­o”, esclareceu o secretário municipal de Gestão Pública, Fábio Cavazotti, destacando que no momento da disputa não há qualquer favorecime­nto a empresas locais. Elas têm que participar, cumprir o edital e oferecer o menor preço para vencer a concorrênc­ia. Do total de empresas contratada­s pelo município, 45% são de fora.

No momento em que o Compra Londrina passa por um processo de consolidaç­ão e reconhecim­ento, dois desafios são apontados por Cavazotti a serem vencidos para que possa avançar ainda mais. Um deles diz respeito ao quadro de funcionári­os. Atualmente, já se sente a falta de servidores e mão de obra. “As empresas estão vindo cada vez mais e já temos dificuldad­e de fazer esse atendiment­o.”

Outra questão é conseguir atrair fornecedor­es locais de alguns setores ainda “descoberto­s”, como a construção civil. “Já aumentou, temos hoje várias empresas construtor­as locais que são fornecedor­as, mas é um segmento que a gente vê possibilid­ade de aumentar e mesmo quando a empresa de fora vence, a gente tem como colocar no edital que serviços acessórios, como jardinagem e pintura, que vão ser subcontrat­ados, que sejam feitos por empresas locais. A área da construção civil está no nosso radar.”

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Emerson Dias/N.Com “Os R$ 64,6 milhões pagos às empresas locais ficam aqui na cidade, gerando empregos, pagando salários”, destaca o prefeito Marcelo Belinati
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