Folha de Londrina

Se a PF prendeu, tem um motivo, afirma presidente

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quarta-feira que o ex-ministro Milton Ribeiro, preso pela PF, deve responder pelos seus atos. “Ele que responda pelos atos dele”. Bolsonaro afirmou que Ribeiro mantinha “conversa informal demais com pessoas de confiança dele” e que isso pode ter o prejudicad­o. O presidente acrescento­u ainda que a operação de ontem é sinal de que a Polícia Federal está trabalhand­o em seu governo, sem interferên­cia. “Se a PF prendeu, tem um motivo”, disse em entrevista à rádio Itatiaia de Minas Gerais.

Dias antes de demiti-lo, em março passado, Bolsonaro havia afirmado que “boto a cara no fogo” por Ribeiro, que é evangélico e pastor, mas diante das revelações perdeu o apoio até mesmo de integrante­s da bancada evangélica no Congresso.

O chefe do Executivo afirmou que sabe que “a imprensa

vai dizer” que Ribeiro é ligado a ele, mas que é preciso ter “paciência” em relação a isso. “Se tiver algo de errado, ele vai responder. Se tiver. Se for inocente, sem problema; se for culpado, vai pagar”.

O mandatário disse que “houve denúncia” de que o ex-ministro “teria buscado prefeito, gente dele para negociar, buscar recurso” e que logo o “afastou” do cargo. Na realidade, porém, a exoneração, conforme foi publicado no Diário Oficial, ocorreu “a pedido” de Ribeiro, e não pode ordem de Bolsonaro.

Em áudio, o ex-ministro Milton Ribeiro disse que priorizava pedidos dos amigos de um dos pastores presos a pedido de Bolsonaro. Na gravação, o então ministro dizia ainda que isso atendia a uma solicitaçã­o do presidente e mencionava pedidos de apoio que seriam supostamen­te direcionad­os para construção de igrejas.

As denúncias de um “balcão de negócios” no Ministério da Educação entraram na mira de parlamenta­res, que tentaram instalar uma CPI no Senado. O governo, no entanto, conseguiu melar a criação da comissão.

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