Oposição reúne assinaturas para CPI, mas criação trava em Pacheco
O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), reuniu todas as assinaturas necessárias para a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as suspeitas sobre o Ministério da Educação.
O requerimento para a criação da comissão agora conta com 27 assinaturas, exatamente o mínimo necessário.
A instalação da comissão agora depende da leitura do requerimento em plenário, pelo presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O senador por Minas já adiantou que considera que a proximidade do período eleitoral “prejudica o escopo de uma CPI”.
No ano passado, Pacheco segurou por mais de dois meses a instalação da CPI da Covid, apenas lendo o requerimento após decisão do Supremo Tribunal Federal.
A CPI para investigar o balcão de negócios do ministério ganhou novo impulso após a prisão do exministro Milton Ribeiro, na quarta-feira (22).
Antes de começar a sessão plenária do Senado, no mesmo dia, Pacheco respondeu a questionamentos dos jornalistas sobre o caso. Ele afirmou que a prisão de um ex-ministro é um “fato relevante” e “grave”. Pediu apuração rigorosa dos fatos e cobrou explicações do governo federal.
Pacheco, no entanto, indicou que a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o tema não será instalada com facilidade.
Disse que a prisão preventiva de Ribeiro é um “fato relevante”, mas não “determinante” para a abertura da comissão.
Além disso, avaliou que a proximidade do período eleitoral acabaria sendo prejudicial para os trabalhos de investigação.
Nesta quarta, o próprio Bolsonaro deu o tom do discurso que será usado para defendê-lo: o de tentar se descolar do ex-ministro e dizer que a PF tem autonomia sob sua gestão.