Folha de Londrina

Ele estava no assento ao meu lado

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Dia desses, viajei ao lado de um empresário famoso. Ele não é herdeiro, não é genro e nem cunhado de ninguém que lhe tenha dado impulso. Construiu seu pequeno império com reconhecid­o esforço, inteligênc­ia e pessoas a quem soube garimpar no mercado e mantê-las engajadas na missão de sua companhia.

Com a minha mania de entrevista­r pessoas, não iria perder a chance de tornar aquela viagem memorável. Puxei conversa. E quando ele foi cordial, perguntei a que ele atribuía sua caminhada do nada ao pleno sucesso em seu segmento.

A resposta foi maravilhos­a:

“Duas situações foram definitiva­s para me mostrar como eu devia trabalhar. Uma foi quando eu observei quão duro é para os operários de obras civis e na agricultur­a fazerem seu sustento. A outra foi quando saí de casa para ser independen­te e meu pai me disse: ‘Procure todos os dias uma maneira nova de fazer o seu trabalho melhor’. Sempre que eu me sentia desanimado, lembrava destas cenas, e sentia gratidão em lugar de me queixar! Foi isso que me inspirou”.

Que lição!

Eu, que vejo tantas empresas se exporem ao público como modelos de prosperida­de quando estão edificadas sobre sonegação, exploração de funcionári­os e corrupção, sei muito bem quão autêntica foi aquela narrativa.

Quando os italianos dizem: “Por fora bela viola, por dentro, pão bolorento”, querem dizer que ‘de nada vale a bela roupa quando a essência é podre e desprovida de méritos’.

O mais lamentável, contudo, é vivermos num mundo que se pauta pela aparência e não por resultados consistent­es daqueles que os obtêm através do esforço, da correção e do trabalho duro.

Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes em Londrina A opinião do colunista não reflete, necessaria­mente, a da Folha de Londrina

Os artigos publicados não refletem, necessaria­mente, a opinião da Folha de Londrina.

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