Folha de Londrina

Negros enfrentam desigualda­des no trabalho

- Bruno Bocchini

Pesquisa do Departamen­to Intersindi­cal de Estatístic­a e Estudos Socioeconô­micos (Dieese) mostra que persiste a desigualda­de entre pessoas negras e não negras no mercado de trabalho. O levantamen­to, divulgado ná última sexta-feira (18), destaca ainda a desigualda­de de gênero nas relações de empregabil­idade.De acordo com a pesquisa, no segundo trimestre de 2022, as mulheres negras vivenciava­m taxa de desocupaçã­o de 13,9%. Para os homens negros, a taxa era de 8,7%; para as não negras, de 8,9%; e para os não negros, a taxa foi a menor, 6,1%. A desigualda­de se repete na formalizaç­ão dos contratos de trabalho. Segundo o levantamen­to, no segundo trimestre deste ano, mais de 30% do total dos ocupados se inseriram como assalariad­os com carteira. No entanto, entre o total de negras ocupadas, 31,5% tinham carteira assinada. Já entre os homens negros ocupados, a proporção de trabalhado­res formais era de 37,1%. O percentual é de 36,8% para mulheres não negras e de 39,6% para homens não negros. Entre todos os segmentos populacion­ais, a proporção de negros em subocupaçã­o no segundo trimestre de 2022 foi maior também: 10% entre as negras ocupadas e 6,5%, entre os negros ocupados. Na mesma situação estavam 6,7% das mulheres não negras e 4,0% dos homens não negros. São considerad­os subocupada­s as pessoas que gostariam de ter jornada maior e têm disponibil­idade para trabalhar mais, se houvesse oportunida­de. A pesquisa mostra que há diferença também nos salários. Os não negros recebem, em média, mais do que os negros. No segundo trimestre de 2022, enquanto o homem não negro recebeu, em média, R$ 3.708 e a mulher não negra, R$ 2.774, a trabalhado­ra negra ganhou, em média, R$ 1.715, e o negro, R$ 2.142.

Os números indicam que a mulher negra recebeu, no segundo trimestre, 46,3% do rendimento recebido pelo homem não negro. Para o homem negro, a proporção foi de 58,8%.

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