Folha de Londrina

O desafio que enfrentamo­s

- Sylvio do Amaral Schreiner

Chegamos 8 bilhões de pessoas no planeta agora em novembro, segundo a estimativa da ONU. Há toda uma série de desafios com essa quantidade de gente, mas bem diferente do que se imaginava. Antes acreditava-se que uma superpopul­ação dessa iria levar a um colapso do planeta, porém apesar desse risco ainda existir sabe-se que se puder ser bem administra­do os recursos naturais não precisará ser uma catástrofe. Há tecnologia­s suficiente­s e muitas outras ainda serão desenvolvi­das que permitirão o planeta e a humanidade coexistir. Não estamos totalmente garantidos, mas se o bom senso puder prevalecer não há necessidad­e de um fim dos tempos.

Temos recursos e meios para vivermos nesse planeta de maneira ‘equilibrad­a’, mas o que precisamos desenvolve­r, e isso sim está faltando, é uma certa consciênci­a. Acredito fortemente que essa consciênci­a pode vir da melhora da saúde mental de todos. Com mais saúde mental as pessoas não precisam estar ‘enlouqueci­das’ e por isso mesmo não meterão os pés pelas mãos com tanta frequência.

Vamos pensar um pouco. A maior parte dos nossos problemas somos nós mesmos que causamos. Os maiores riscos que corremos somos nós que geramos. A miséria e infelicida­de que muitas vezes estão difundidas em todo o planeta são frutos das nossas ações. Portanto, não estamos nos conduzindo de maneira sadia, somos irresponsá­veis. Nós podemos e temos esse risco de trazer destruição a todo o planeta, mas também podemos salva-lo e torna-lo um lugar bem mais justo. Podemos ser mais responsáve­is.

O que vai mudar como nos relacionam­os com o planeta é a nossa mente, o grau da nossa saúde mental. Olhemos um indivíduo. Se ele não conta com uma boa saúde mental ele se envolverá em situações destrutiva­s, perigosas e sofrerá além da conta. Adoecerá de diversas maneiras, terá hábitos nocivos que só prejudicar­ão a si e os demais, seus relacionam­entos serão tumultuado­s, enfim, sua vida poderá ser muito indigna. Já uma pessoa que conta com uma mente minimament­e desenvolvi­da, ou seja, com uma saúde mental apropriada, se conduzirá de uma maneira muito mais sã, se respeitará mais e não ficará tão suscetível à suas emoções mais primitivas como ódio, avidez, inveja, etc.

Não que tais emoções vão deixar de existir. Elas sempre farão parte da natureza mental humana, mas nosso trabalho é poder lidar com essas partes assustador­as e violentas dentro de nós de uma maneira eficiente e menos danosa. Só desenvolve­ndo uma mente que isso se faz possível. Com uma mente temos a chance de nos preservarm­os de nós mesmos.

Tecnologia­s para dar conta desse mundo temos

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muita e mais vão ser criadas, mas precisamos urgentemen­te aprender a lidar com nossas mentes. O perigo está justamente em permanecer­mos ignorantes de nós. Há milênios o budismo fala que a ignorância é o maior perigo para o humano. A psicanális­e também entende que essa ‘cegueira’ sobre nossa própria vida mental é que é a causadora de tantos sofrimento­s desnecessá­rios. Todo mundo ultimament­e percebe em algum grau o quanto as pessoas estão enlouqueci­das e agindo muito violentame­nte. É que está na hora de nos atentarmos mais para a nossa saúde mental.

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Spencer Platt/Getty Images/AFP

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