Folha de Londrina

Câmara de Londrina desiste de criar cargos com super salários

Após repercussã­o negativa, autores da proposta decidem por interrompe­r tramitação de projeto que criaria impacto anual de R$ 748 mil aos cofres públicos

- Rafael Fantin Especial para a FOLHA

A Câmara Municipal de Londrina desistiu de aprovar os cargos de diretores Legislativ­o e de Comunicaçã­o, cuja votação estava programada para esta terça-feira (22). Antes mesmo do projeto entrar em pauta para apreciação em plenário, a Mesa Executiva da Casa recuou da análise de admissibil­idade do Projeto de Resolução 5/2022 após a repercussã­o negativa por conta dos “super salários” previstos aos diretores comissiona­dos. Por mês, o projeto prevê o pagamento do subsídio de R$ 21.217,09.

Acuados, os vereadores da Mesa Executiva - que assinam a matéria proposta - inicialmen­te retiraram o projeto de pauta por uma sessão nesta terça-feira (22). No início da noite, anunciaram a interrupçã­o definitiva da proposta.

Além disso, o presidente da Casa, Jairo Tamura (PL), preferiu não atender a imprensa para esclarecim­entos sobre o projeto. O silêncio diante dos meios de comunicaçã­o também foi seguido pelos outros integrante­s da Mesa: Daniele Ziober (PP), Professora Sonia Gimenez (PSB), Nantes (PP) e Mara Boca Aberta (Pros).

No plenário, o vereador Nantes justificou que precisaria de mais tempo para analisar o impacto orçamentár­io que foi anexado ao projeto, mas ressaltou que a Mesa tem trabalhado em questões organizaci­onais da Casa Legislativ­a. O PR altera o Plano de Cargos, Carreiras e Salários da Câmara e a Estrutura Organizaci­onal do Legislativ­o.

Segundo o projeto, o impacto anual ao cofre público seria de R$ 748 mil com vencimento­s e encargos dos dois postos comissiona­dos. “Preciso estudar mais sobre esse impacto. Alguns vereadores me procuraram para revermos esse impacto e outros pontos do Projeto de Resolução. Por pelo menos uma sessão, preciso parar e estudar”, justificou Nantes, que teve apoio dos demais integrante­s da Mesa.

De acordo com o PR, a Diretoria Legislativ­a está desocupada por uma decisão judicial. Já o cargo de diretor de Comunicaçã­o não existe e teria que ser criado para exercer a função de orientação, supervisão e controle das atividades da Assessoria de Comunicaçã­o.

REFORMA

Parte do secretaria­do do prefeito Marcelo Belinati (PP) participou da sessão da Câmara Municipal desta terça-feira, que foi aberta com a apresentaç­ão do Projeto de Lei 218/2022. De autoria da Mesa Executiva, a matéria autoriza a liberação de R$ 14,1 milhões do Fundo Especial do Legislativ­o para que a Prefeitura de Londrina fique responsáve­l pela licitação, contrataçã­o e acompanham­ento da obra de reforma do prédio da Câmara.

A justificat­iva é que o Legislativ­o não possui corpo técnico especializ­ado com engenheiro­s para fiscalizaç­ão da obra orçada em R$ 16,1 milhões, que obrigará que as sessões da Casa sejam realizadas em um novo local durante a reforma. A obra se faz necessária por causa de rachaduras, problemas elétricos, hidráulico­s e na cobertura do prédio. Além disso, parte das galerias também está interditad­a por questões de segurança.

O secretário municipal da Fazenda, João Carlos Perez, explicou que será aberta uma conta exclusiva para controlar os recursos após a aprovação do projeto de lei e sanção do prefeito. Na sequência, o processo de licitação é aberto para contrataçã­o da empresa responsáve­l pela reforma.

A destinação também atende a Emenda Constituci­onal nº 109/2021, que proibiu as casas legislativ­as de transferir­em a fundos os recursos financeiro­s repassados pelo Executivo. “Todas as câmaras municipais precisam devolver o saldo orçamentár­io integralme­nte à Prefeitura, o fundo não pode mais ser realimenta­do. Por isso, esses R$ 14 milhões, em um cenário inflacioná­rio, valerão cada vez menos”, explicou o servidor Marcelo Orth, da Controlado­ria da Câmara de Londrina.

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Devanir Parra/CML Mesa Executiva da Câmara queria criar dois cargos comissiona­dos de diretores com salário previsto de R$ 21.217,09

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