Após reações, governo recua sobre taxação do agronegócio
Outro projeto proposto pelo governo que seria analisado ontem, mas que foi retirado da pauta a pedido da liderança do governo, previa a criação do Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Logística do Paraná, com a taxação de produtos do agronegócio. A proposta provocou reações do setor produtivo.
O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, classificou o projeto como uma “punhalada nas costas”. “Mesmo com o alerta do setor produtivo, o governo do Paraná delegou por completo a concessão de rodovias do Anel de Integração, que reúne a maior parte das rodovias estratégicas”, disse Meneghette em nota. Depois, ele celebrou o recuo do governo. “Agradeço a todos os presidentes, diretores de sindicatos e líderes rurais que responderam prontamente ao nosso pedido de mobilização”, disse.
A Sociedade Rural do Paraná (SRP) também se manifestou. Em nota, o presidente da SRP, Marcelo Janene El-Kadre, qualificou como “pacote de desvantagens” as propostas enviadas pelo governo à Assembleia Legislativa. “Tais medidas nos deixam perplexos e provocam o regresso de avanços conquistados com muito suor até aqui. Trabalhamos diante de um cenário que ainda sofre pelos rastros causados pela pandemia da Covid-19. Enxugar a máquina pública, construir ações e projetos que promovam amparo e desenvolvimento dos setores é o que se espera de nossos governantes”, diz a nota.
Ao anunciar a retirada do projeto, o líder do governo na Assembleia, deputado Marcel Micheletto (PL), cobrou um compromisso de Arilson Chiorato (PT), líder da oposição, de negociar com o futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o estado ter condições de financiar obras nas rodovias. A licitação para o novo pedágio, que vem sendo conduzida pelo governo federal, poderá ser suspensa pelo novo governo.
“O governo está sendo sensível ao retirar (o projeto) da pauta, acreditando que é possível chegar a entendimentos com o novo governo e achar soluções que não sejam amargas para o setor produtivo e a população do Paraná”, afirmou Micheletto. “Acredito na palavra do deputado Arilson, de que vai ajudar a construir pontes com o governo federal, para que o governo do Paraná não precise tomar atitudes amargas”.