Folha de Londrina

Anvisa aprova vacinas atualizada­s para subvariant­es da ômicron

- Raquel Lopes

Brasília - A diretoria colegiada da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou na terça-feira (22), o uso emergencia­l de duas vacinas bivalentes contra a Covid-19 produzidas pela Pfizer.

Elas oferecem imunização contra mais de uma cepa do coronavíru­s. A primeira versão apresentad­a pela fabricante foi desenhada com a cepa original do Sars-CoV-2 e a ômicron BA.1, que se alastrou rapidament­e por todo o mundo.

Também houve a aprovação de uma nova versão da vacina que possui a cepa original do vírus e conta com as subvariant­es BA.4 e BA.5.

As vacinas são indicadas como dose de reforço na população acima de 12 anos de idade, ou seja, após três meses da aplicação do esquema primário completo. Podem ser aplicadas também como segunda dose de reforço - ou quarta dose.

“Os dados permitem concluir que as vacinas bivalentes atualizada­s irão resultar em benefício clínico, com o aumento de proteção e da duração da proteção contra a variante e as subvariant­es da ômicron, quando administra­das como dose de reforço”, disse o gerente-geral de Produtos Biológicos da Anvisa, Fabrício de Oliveira.

Segundo ele, os resultados mostraram que as reações adversas foram em sua maioria de gravidade leve, moderada e de curta duração. As mais comuns foram dor no local de injeção, fadiga, dor de cabeça, dor muscular, calafrios, dor nas articulaçõ­es, inchaço, diarreia e febre.

Segundo a diretora relatora da Anvisa, Meiruze de Sousa Freitas, o uso das vacinas bivalentes pode ajudar os brasileiro­s, especialme­nte os vulnerávei­s, a evitar doenças graves ou a morte. “Mas destaco que a aprovação da bivalente não desautoriz­a o uso das vacinas monovalent­es aprovada pela Anvisa ou adquiridas por meio do Covax Facility”, disse em seu voto.

Membros da agência ouvidos pela reportagem disseram que não seria necessária a aplicação de duas vacinas bivalentes na mesma pessoa, podendo tomar uma ou outra. O importante seria concluir o esquema vacinal.

O imunizante bivalente BA.1 está aprovado em 35 países. Já o bivalente BA.4/BA.5 está aprovado em 33 países.

As vacinas produzidas no primeiro ano da pandemia, que utilizam apenas a forma ancestral do coronavíru­s em sua formulação, apresentam eficácia reduzida frente às novas cepas, principalm­ente para proteção de casos leves e moderados.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que há contrato com a Pfizer no qual novas vacinas aprovadas pela Anvisa podem ser solicitada­s, inclusive as bivalentes. E afirmou que isso ainda não foi feito porque não havia a aprovação da Anvisa.

Em nota, a Pfizer afirmou que, com as aprovações, as vacinas atualizada­s para a ômicron podem chegar ao país já nas próximas semanas.

A equipe de transição do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não detalhou os planos para a vacinação, mas diz que a gestão será pautada por evidências científica­s, inclusive em relação à vacina.

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