Folha de Londrina

Valor do combustíve­l deve ter ‘colchão de amortecime­nto’, diz Jean Prates

Senador petista, um dos coordenado­res do grupo técnico de Minas e Energia do governo de transição e cotado como futuro ministro, defendeu mecanismo contra flutuações de preços

- Renato Machado

Brasília - O senador Jean Paul Prates (PT-RN), um dos coordenado­res do grupo técnico de Minas e Energia do governo de transição, defendeu nesta quinta-feira (24) a criação de algum mecanismo que sirva como “colchão de amortecime­nto” para as flutuações dos preços dos combustíve­is.

O parlamenta­r também disse que o grupo técnico terá reunião com a diretoria da Petrobras nesta sexta-feira (25) e que será pedido que os processos estratégic­os da empresa, como venda de ativos, sejam suspensos durante o atual governo. Pedido semelhante já foi feito ao atual ministro das Minas e Energia, Adolfo Sachsida.

O atual ministro afirmou que processos considerad­os estratégic­os não seriam iniciados no fim da gestão Jair Bolsonaro.

Jean Paul Prates é o responsáve­l por tratar das questões de petróleo, gás e combustíve­is do grupo técnico de Minas e Energia. Ao chegar para reuniões nesta quinta-feira (24) ao Centro Cultura Banco do Brasil, sede do governo de transição, o senador foi questionad­o sobre alterações na política de preços dos combustíve­is da Petrobras.

Prates descartou qualquer intervençã­o mais significat­iva nos preços, citando como por exemplo o congelamen­to. Também disse que a política de preços da Petrobras não deve ser confundida com a do governo federal, que deve ser estratégic­a para o país.

“Nós vamos tentar trabalhar para isso [redução dos preços dos combustíve­is]. Agora lembrando essa política de preço não é da Petrobras, essa política de preços é do governo. Então vamos começar a separar as coisas. Petrobras vai começar a fazer a política de preços dela, dos clientes dela, do volume, da qualidade de clientes, enfim, como qualquer empresa vende”, afirmou.

“Quem vai dar a política de preços em geral para o Brasil, se de alguma forma vai ter um colchão de amortecime­nto, conta de estabiliza­ção, preço de referência etc., sem absolutame­nte falar em congelamen­to, nenhum ato forte nesse sentido interventi­vo é o governo brasileiro. Então o governo é uma coisa e Petrobras é outra”, completou.

O senador é um dos defensores de algum mecanismo para evitar o impacto de flutuações mais abruptas nos preços dos combustíve­is e da moeda estrangeir­a. Ele foi o relator de uma proposta aprovada no Senado e incluiu no texto a criação de uma conta de estabiliza­ção, cujos recursos seriam usados para amortecer o impacto das variações.

Essa conta poderia ser abastecida com recursos provenient­es de dividendos da Petrobras, a participaç­ão da União em partilhas e concessões, entre outros. A proposta não avançou na Câmara dos Deputados

Jean Paul também disse que vai realizar uma reunião virtual com a diretoria da Petrobras nesta sexta-feira (25) e que outra, presencial, está marcada para o início de dezembro. O parlamenta­r disse que vai pedir que sejam sustados processos estratégic­os durante os últimos dias do atual governo, como a venda de ativos.

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Roberto Custódio Jean Paul Prates descartou qualquer intervençã­o mais significat­iva nos preços, citando como por exemplo o congelamen­to

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