Folha de Londrina

Equipe de transição diz que emendas travam governo

Coordenado­r dos grupos técnicos, Aloizio Mercadante (PT) pede “pacto” para redirecion­ar verbas a ações prioritári­as dos ministério­s

- Mateus Vargas e Renato Machado

Coordenado­r dos grupos técnicos da transição de governo, Aloizio Mercadante (PT) disse ontem que é preciso firmar um “pacto” para redirecion­ar a verba das emendas parlamenta­res a ações prioritári­as dos ministério­s.

“Não estamos questionan­do que existam emendas parlamenta­res. Mas tem de ter pacto para que as emendas sejam direcionad­as, especialme­nte em condições críticas, para aquilo que é prioridade absoluta de cada ministério.”

A declaração foi feita após integrante­s do grupo sobre desenvolvi­mento regional da transição afirmarem à imprensa que faltam verbas no governo federal para ações essenciais, como prevenção dos desastres naturais e para obras de segurança hídrica.

A equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que o recurso do Ministério do Desenvolvi­mento Regional foi drenado pelas emendas parlamenta­res e que tem abastecido ações que não são prioritári­as, como pavimentaç­ões.

“Não pode pulverizar em asfalto quando não tem defesa civil. Não pode jogar recurso em pequenas obras, quando não tem Operação Carro-Pipa ou oferta de água, abastecime­nto de grandes cidades. Mais uma vez estamos vendo total colapso orçamentár­io, desestrutu­ração de políticas públicas”, disse Mercadante.

O presidente eleito criticou a distribuiç­ão das emendas de relator durante a campanha, mas a equipe de transição de governo modulou o discurso e defende mudanças na forma da partilha da verba.

Peça-chave na negociação com o Congresso para aprovar a PEC da Transição, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-PL), defende a continuida­de dessas emendas.

“Diante da ausência de governo [na gestão de Jair Bolsonaro], não houve debate, diálogo sobre os recursos das emendas”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos coordenado­res do grupo da transição sobre desenvolvi­mento regional.

Randolfe lembrou que há uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) questionan­do a constituci­onalidade das emendas de relator, também chamadas de “RP9” ou “orçamento secreto”. “Essa distorção orçamentár­ia tem consequênc­ias. Mais de 1,5 milhão de brasileiro­s está sem assistênci­a hídrica”, disse o senador.

GLEISI HOFFMANN

Lula afirmou a aliados nesta quinta-feira que a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) seguirá na presidênci­a do partido - e, portanto, não será ministra em seu governo.

As declaraçõe­s foram dadas a membros do PT e a representa­ntes das bancadas da legenda no Congresso Nacional em reunião no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) de Brasília, sede do governo de transição.

A deputada federal está na presidênci­a do partido há cinco anos -e seu mandato acaba em 2024.

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Fátima Meira/Futura Press/Folhapress “Mais uma vez estamos vendo total colapso orçamentár­io, desestrutu­ração de políticas públicas”, disse Mercadante, sobre falta de verbas para ações essenciais apontada por equipe de transição
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