Folha de Londrina

‘Privatizar um hospital como o HU não se justifica’

- Vítor Ogawa

A O conselheir­o geral da Alumni UEL (Associação de ExAlunos da Universida­de Estadual de Londrina), Gilberto Martin, afirmou que o projeto de lei que terceiriza a gestão de hospitais tem sido discutido na associação. “O meu posicionam­ento pessoal e mesmo, a princípio, o que a gente tem discutido entre a associação dos alunos é de um posicionam­ento contrário a essas privatizaç­ões. Privatizar um hospital como o HU, que é um hospital escola, o qual presta um serviço público de excelência, não se justifica. Essa política de privatizaç­ão cega envolve áreas essenciais para a população como saúde e educação e, na minha opinião, é equivocada porque essas são áreas que são de responsabi­lidade do gestor público.”

Ele afirma que o gestor público tem que ter capacidade, competênci­a e tino administra­tivo para gerir essas áreas. “Quem tem que garantir assistênci­a em áreas tão básicas como essa é o poder público. À medida que você privatiza, você vai perdendo o controle sobre o funcioname­nto dessas áreas.”

A reportagem procurou a assessoria de imprensa da UEM (Universida­de Estadual de Maringá), que mantém o Hospital Universitá­rio de Maringá. A assessoria informou que o reitor Leandro Vanalli preferiu não se manifestar, porque ainda estão ocorrendo tratativas com o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.

A assessoria de imprensa da UEPG (Universida­de Estadual de Ponta Grossa), mantenedor­a do Hospital Universitá­rio Regional dos Campos Gerais, também foi procurada, mas sem sucesso.

Já a Apiesp (Associação Paranaense das Instituiçõ­es de Ensino Superior Público) emitiu uma nota pela qual informa que, a partir do conhecimen­to do Projeto de Lei 522/2022, procurou Beto Preto. Uma reunião para esclarecim­ento dos objetivos da proposta aconteceu nesta sexta-feira (2), na Sesa. O encontro contou também com a participaç­ão do superinten­dente geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, e representa­ntes das instituiçõ­es de ensino superior que mantêm hospitais universitá­rios.

“Na oportunida­de, o secretário garantiu que o PL assegura a autonomia das universida­des, o compromiss­o de financiame­nto público dos HUs e a não interferên­cia no funcioname­nto das inúmeras atividades didático-pedagógica­s que sustentam a qualidade da assistênci­a e a contínua formação de profission­ais da saúde que caracteriz­am nossos hospitais universitá­rios. A Apiesp solicitou ainda uma agenda permanente com a Sesa, para que as decisões relativas às políticas de saúde no Estado possam ser construída­s cada vez mais conjuntame­nte com as universida­des.”

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