Folha de Londrina

Estudo sobre rotação de culturas é publicado em revista internacio­nal

Pesquisa do IDR-PR, conduzido em Londrina, ganhou as páginas da britânica Scientific Reports, do grupo Nature: relevância mundial

- LUCAS CATANHO Especial para a FOLHA

Um estudo produzido por pesquisado­res do IDR-PR (Instituto de Desenvolvi­mento Rural do Paraná) sobre rotação de culturas acaba de ser publicado em uma das revistas científica­s de maior renome mundial, a britânica Scientific Reports, do grupo Nature.

O título do artigo é “The diversific­ation of species in crop rotation increases the profitabil­ity of grain production systems” – “A diversific­ação de espécies na rotação de culturas aumenta a rentabilid­ade dos sistemas de produção de grãos”.

Os autores do estudo são Bruno Volsi, Gabriel Eiji Higashi, Ivan Bordin e Tiago Santos Telles. Bruno e Gabriel são alunos do programa de pós-graduação em agronomia em rede do IDR-PR e UEL (Universida­de Estadual de Londrina). Ivan e Tiago são pesquisado­res do IDR.

Telles considera que a divulgação do estudo em periódico de relevância internacio­nal é de grande importânci­a, pois demonstra a credibilid­ade e a aceitação pelos pares dos resultados da pesquisa. “Este é o primeiro passo antes da transferên­cia de tecnologia aos produtores rurais”, explica.

CONCLUSÃO A principal conclusão do estudo foi que a rotação de culturas em sistema de plantio direto apresentou melhor produtivid­ade e rentabilid­ade que o sistema de sucessão de culturas da soja e do milho safrinha. Foram realizadas análises estatístic­as para verificar o efeito desses dois sistemas de produção agrícola.

O estudo consistiu em um sistema de sucessão de culturas soja/milho safrinha e em cinco sistemas de rotação de culturas, com diferentes níveis de diversific­ação de espécies.

“Nas safras de verão de cada ano agrícola foram rotacionad­as culturas comerciais, como a soja e o milho. No inverno eram cultivadas diferentes espécies com finalidade­s também distintas – podemos citar trigo, triticale, feijão, canola, cártamo, crambe e aveia branca, e culturas destinadas à cobertura de solo, como os consórcios de aveia preta com centeio e nabo forrageiro, e também o uso de brachiaria”, detalha Ivan Bordin, um dos pesquisado­res.

Após a realização dos estudos, a recomendaç­ão para aumentar a produtivid­ade e a rentabilid­ade é utilizar a soja rotacionad­a com milho no verão e, no inverno, também rotacionar o milho safrinha com plantas de cobertura do solo ou culturas que possam ter retorno econômico, como trigo ou feijão.

BENEFÍCIOS Sobre os benefícios da rotação de culturas, Ivan explica que são diversos, abrangendo a cobertura do solo e o controle de pragas e doenças.

No quesito solo, o rodízio proporcion­a a maior produção de palhada e melhor cobertura do terreno, o que resulta em maior controle de plantas daninhas e menor suscetibil­idade à erosão. Além disso, a rotação contribui com um ambiente menos propício para o surgimento de pragas e doenças.

“Com o ambiente de cultivo mais favorável para o desenvolvi­mento das plantas, a produtivid­ade de grãos aumenta e os custos com insumos externos diminuem, resultando em maior ganho econômico”, resume.

O pesquisado­r acrescenta que a rotação de culturas ainda não é praxe nas lavouras de grãos, sobretudo no norte do Estado do Paraná, onde predomina a sucessão de culturas soja/milho safrinha. “De modo geral há muito a evoluir em relação à rotação de culturas para a intensific­ação sustentáve­l da produção de grãos no Estado”, destaca.

O experiment­o foi conduzido no IDR em Londrina compreende­ndo seis anos agrícolas, de 2014-2015 a 20192020, com duas safras realizadas anualmente – inverno e verão.

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A principal conclusão do estudo foi que a rotação de culturas em sistema de plantio direto apresentou melhor produtivid­ade e rentabilid­ade
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