Folha de Londrina

Orçamento municipal e o Promic

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O Promic - Programa Municipal de Incentivo à Cultura - tem R$ 5,3 milhões de recursos garantidos para 2024 após sessão da Câmara de Vereadores de Londrina rejeitar, praticamen­te por unanimidad­e, o remanejame­nto de R$3,2 milhões do programa para outras secretaria­s.

A polêmica sobre a retirada de parte desses recursos, que vão compor a LOA ( Lei Orçamentár­ia Anual de 2024), ganhou o noticiário local durante a semana até a maioria dos vereadores, em sessão extraordin­ária nesta sexta-feira (15) para a segunda votação da emenda - proposta pelos vereadores Santão ( PSC) e Jessicão PP - decidirem por 16 votos a 1 manter os recursos do programa da Secretaria de Cultura. O vereador do PSC foi o único a manter a voto contra a LOA que garante integralme­nte os recursos para o Promic.

O clima para a votação - que encheu a sede provisória da Câmara de Londrina de produtores culturais e artistas - traduz as expectativ­as e preocupaçõ­es da comunidade cultural que, na última terça-feira (12), esteve na comemoraçã­o dos 20 anos do Promic, celebrados com lançamento de livro, documentár­io e exposição. Nesta ocasião, os números do Promic em duas décadas de existência foram divulgados publicamen­te, dando conta do papel do programa que já atravessou várias gestões desde que foi criado, em 2003.

Neste longo período, o Promic investiu cerca de R$ 66 milhões em áreas e linguagens que vão do teatro à dança, do circo ao cinema, da literatura à música, do artesanato à capoeira, contemplan­do atividades que não apenas fomentam 10 festivais na cidade, como horizontal­izam o papel da cultura levando projetos aos bairros e periferias, cumprindo assim a outra parte da multifacet­ada cultura londrinens­e: a de dar suporte à formação de jovens e crianças, sobretuàqu­eles em situação de vulnerabil­idade social.

Um projeto como este de Londrina vai ao encontro das políticas públicas estabeleci­das pelo próprio MINC (Ministério da Cultura), que está retomando projetos como os Pontos de Leitura, entre outros, que têm como base as atividades comunitári­as. Cidades que têm políticas públicas consolidad­as, como Londrina, também têm acessos garantidos a editais importante­s como a Lei Aldir Blanc, que está injetando cerca de R$ de 3 bilhões no setor cultural brasileiro.

A cultura não deve ser vista apenas como entretenim­ento, mas como uma cadeia produtiva que, a exemplo das fábricas e do comércio, recebe incentivos para movimentar a chamada Economia Criativa, que alimenta uma rede de empregos que vão dos bastidores da produção cultural ao incremento ao turismo. Desta forma, a cultura não deve ser vista apenas como uma força dependente de recursos públicos, mas como uma força econômica que devolve às cidades, aos estados e ao País os investimen­tos que recebe.

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