Folha de Londrina

Ministério da Justiça descarta corrupção em fuga de Mossoró

A conclusão consta em relatório da corregedor­ia-geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais

- Fabio Serapião

Brasília -

O Ministério da Justiça afirma que houve falhas em procedimen­tos, mas descarta corrupção de agentes na fuga de dois presos da penitenciá­ria federal de Mossoró (RN).

A conclusão consta em relatório da corregedor­ia-geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais, órgão ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Sobre as falhas, a corregedor­a Marlene Rosa afirma que elas se deram nos procedimen­tos carcerário­s de segurança.

Para apurar as falhas, diz o ministério, foram instaurado­s três processos administra­tivos disciplina­res envolvendo dez servidores.

“Outros 17 servidores assinarão Termos de Ajustament­o de Conduta (TAC), no qual se compromete­m com uma série de medidas -entre as quais, não podem cometer as mesmas infrações e terão de passar por cursos de reciclagem”, diz a pasta em nota.

Como mostrou a “Folha de S.Paulo”, as celas dos dois presos que fugiram ficaram ao menos 30 dias sem revista e, por isso, foram abertas as apurações contra os dez servidores.

“A corregedor­a ainda determinou a abertura de uma nova Investigaç­ão Preliminar Sumária para continuar as apurações referentes às causas da fuga, com foco nos problemas estruturai­s da unidade federal”, informou o ministério.

A fuga, inédita no sistema penitenciá­rio federal, completou 48 dias nesta terça-feira (2). Nesse intervalo, Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Martelo, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Tatu ou Deisinho, já mantiveram uma família como refém, foram avistados em comunidade­s diversas, se esconderam em uma propriedad­e rural e agrediram um indivíduo na zona rural de Baraúna.

O órgão já havia apontado que a fuga foi resultado de diversas falhas internas, sendo a principal a falta de revistas, que deveriam ocorrer diariament­e. Sem elas, não foi possível que os servidores detectasse­m o buraco que os presos estavam fazendo na luminária e por onde escaparam, durante o Carnaval.

Além das barras de ferro da própria cela, os presos utilizaram uma chapinha de 20 cm, localizada no buraco da porta, por onde eles recebem alimentos.

Até a semana passada, as buscas pelos fugitivos envolviam 500 policiais de forças como PF, PRF (Polícia Rodoviária Federal), Polícia Militar do Rio Grande do Norte. A atuação da Força Nacional, que participav­a da operação desde 23 de fevereiro, não foi renovada.

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José Aldenir/Thenews2/Folhapress Para apurar as falhas na segurança em Mossoró, foram instaurado­s três processos administra­tivos envolvendo dez servidores
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