Folha de Londrina

Por risco de atentado, abertura dos Jogos de Paris pode mudar de local

- André Fontenelle

Paris, França - A ministra dos Esportes e dos Jogos Olímpicos e Paralímpic­os da França, Amélie Oudéa-Castéra, foi evasiva ao responder à Folha de S.Paulo nesta terça-feira (2) sobre uma eventual mudança de local da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, marcada para dia 26 de julho, devido ao risco de um atentado.

“Em questões assim, a eficácia das alternativ­as passa pela discrição relacionad­a a elas. Vivemos em um contexto complexo, a gente se adapta e nós somos precavidos”, disse a ministra em evento na arena que abrigará o badminton e a ginástica rítmica nos Jogos.

A abertura, marcada para o dia 26 de julho, ocorrerá pela primeira vez na história fora de um estádio, em um percurso ao longo do rio Sena, que corta a capital francesa. Segundo a imprensa local, os órgãos de segurança pressionam o governo para adotar um plano B, que poderia ser a transferên­cia da cerimônia para um local mais fácil de proteger ou algum outro tipo de redução da dimensão do evento.

Em dezembro passado, a mesma ministra havia afirmado que “não existe plano B”. Dias depois, foi desmentida pelo próprio presidente, Emmanuel Macron, que disse em uma entrevista à TV haver “plano B, plano C etc.” No final de janeiro, o público da cerimônia de abertura foi reduzido de 400 mil para 326 mil pessoas, entre as quais 222 mil convidados cujos antecedent­es serão checados pela inteligênc­ia francesa.

Durante visita de inspeção às instalaçõe­s olímpicas, na semana passada, uma fonte* do Comitê Olímpico do Brasil (COB) informou à Folha de S.Paulo que dois agentes da Polícia Federal reforçarão a segurança da delegação brasileira na Vila Olímpica. É um direito previsto para equipes com mais de 150 atletas -calculase que o Brasil terá um pouco mais de 300 competidor­es nos Jogos.

A França está em alerta máximo para o risco terrorista desde o último dia 23, dia seguinte ao atentado em uma sala de concertos de Moscou (Rússia) que matou pelo menos 144 pessoas.

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