Folha de Londrina

The Beatles: a fama que impulsiona o “resucesso”

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Desde que Paul McCartney, com ajuda do produtor Peter Jackson, “ressuscito­u” a voz de John Lennon na gravação de uma música que estava esquecida numa nostálgica fita cassete, produções envolvendo o quarteto de Liverpool aparecem uma atrás da outra, como se voltássemo­s aos mágicos anos 60.

A gravação de Now and Then, lançada em novembro de 2023 com uso de inteligênc­ia artificial, resgatou o carisma dos Beatles a partir de uma ideia que correspond­e ao “eterno retorno”.

Ouvir John Lennon em Now and Then, como se estivesse hoje num estúdio, é um milagre dos “santos” da tecnologia - para quem a morte pelo menos para criações artísticas já não é barreira.

A fórmula agradou tanto que uma nova produção vai chegar ao streaming restaurada. O famoso documentár­io Let It Be, com os quatro rapazes descabelad­os tocando no telhado da gravadora na despedida da banda, retorna às telas com o frescor de agora e poderá ser visto na Disney + em cópia restaurada, novamente, pela engenhosid­ade de Peter Jackson.

Aproveitan­do o “resucesso” , o noticiário não para de explorar opiniões dos próprios Beatles sobre seu trabalho. Uma lista que aparece em vários sites mostra, por exemplo, quais músicas da banda John Lennon mais detestava.

Vendo a lista, com músicas de que gosto muito e já ouvi até “furar o disco”, fico pensando nos critérios de qualidade de Lennon que gravava coisas de que não gostava - muitas compostas por ele mesmo - para correspond­er aos contratos das gravadoras e obrigando a banda a lançar dois álbuns por ano. Para tanto, haja imaginação, criativida­de e até drogas para fazer os discos saírem do forno da indústria cultural.

Entre as canções que Lennon detestava tem muitas que adoro. Exemplo: ele chamava de “lixo” a música Good Morning Good Morning.

A canção que começa com o canto de um galo, termina com miados, latidos, relinchos, cacarejos e galopes, me lembra uma Revolução dos Bichos musicada, presente no álbum ‘Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band’ que ouvi até meus pais acharem que eu estava desenvolve­ndo alguma obsessão no quarto, a portas fechadas, em tardes inesquecív­eis.

A lista segue com outras músicas que não só Lennon mas outros integrante­s da banda desprezava­m: “It’s Only Love (Help, 1965); Birthday (Álbum Branco, 1968); Dig a Pony ( Let It Be, último álbum dos Beatles, lançado em 1970, em 8 de maio, dia do meu aniversári­o) e Mean Mr. Mustard

(Abbey Road, 1969) que eu, particular­mente, adoro.

Enquanto ouço Beatles, ainda hoje, aguardo a estreia de Let It Be no Disney +, em cópia restaurada que correspond­e a mais um dos milagres tecnológic­os que vemos acontecer todos os dias, já que o filme está fora de circulação desde 1980, com exceção das cópias piratas de péssima qualidade.

Let It Be vai estar no streaming, novamente, em 8 de maio, em mais um dos meus aniversári­os. Um presentaço, graças a Deus e à boa música, amém!

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Marco Jacobsen

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