Folha de Londrina

‘Wha t sApp fa z cone x ão do eleitor com projeto político’

- Reportagem Local (D.K.)

O uso das redes sociais nas campanhas eleitorais não é exatamente uma novidade. Mas a presença digital dos candidatos demanda estratégia e pode ser utilizada para o combate às notícias falsas, que vêm dando dor de cabeça para a Justiça Eleitoral há vários anos. Não à toa, o TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná), por exemplo, desenvolve­u ferramenta­s como o Gralha Confere para verificar informaçõe­s duvidosas sobre o processo eleitoral.

A especialis­ta em mobilizaçã­o digital e construção de comunidade­s Luiza Borges, que participou da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022, ressalta à FOLHA a importânci­a do WhatsApp como uma ferramenta para gerar conexão do eleitor com o candidato e o projeto político.

“Se você não se posiciona no WhatsApp, não tem um canal no WhatsApp, você fica muito refém do envio de fake news, por exemplo, porque a pessoa não vai ter onde procurar a resposta certa”, diz a especialis­ta, que lembra que a rede social, muito popular no Brasil, é utilizada para contato com familiares, amigos e colegas de trabalho. “Normalment­e, é uma ferramenta que as pessoas confiam muito porque associam a essas pessoas.”

Em meio à disputa eleitoral, Borges avalia que, além de ser uma ferramenta para combater as notícias falsas, o WhatsApp também pode ser usado para a construção de uma rede de contatos.

“É uma construção ativa de pessoas que estão ali te acompanhan­do, que estão entendendo seus projetos,

estão acompanhan­do suas entregas para a cidade e estão participan­do, construind­o uma comunidade, um grupo de apoiadores. Essas pessoas vão confiar em você e, se acontecer uma fake news, antes delas divulgarem e acreditare­m, vão procurar saber se é verdade ou não”, acrescenta.

Um exemplo desse uso foi colocado em prática durante a última eleição presidenci­al. Borges conta que o movimento “Evangélico­s com Lula”, além de ser um canal receptivo, trabalhou com conteúdo para o público religioso, trouxe questões de Lula para os evangélico­s e foi um espaço de diálogo.

“Essa sensação de pertencime­nto, de não estar sozinho, reforça as pessoas para que elas possam garantir seu direito de votar em quem elas acreditam. Os grupos são muito importante­s para criar esse senso de co

munidade e pertencime­nto, que faz muita diferença nessa força do público crescer e se apoiar”, acrescenta.

Questionad­a se já há uma maturidade para o uso da ferramenta nas eleições, Borges é enfática ao dizer que ainda “pouca gente hoje sabe como fazer, como organizar isso”. O atual momento ainda é de cresciment­o e experiment­ação com o WhatsApp.

“Eu acho que ainda tem pessoas muito resistente­s em usar. Pessoas que colocam dentro do gabinete, mas não têm alguém responsáve­l pelo WhatsApp. É sempre um estagiário ou recepcioni­sta do gabinete, raramente os deputados ou vereadores se disponibil­izam a parar e produzir um conteúdo exclusivo para o WhatsApp”, ressalta a especialis­ta, que diz que a ferramenta não tem “juízo de valor”. Borges, que também é fundadora do coletivo “Não é Não”, que busca prevenir o assédio, vai participar do Compol (Congresso de Comunicaçã­o Política e Institucio­nal), em Londrina, no dia 22 de maio. Ela vai falar sobre como viabilizar a mobilizaçã­o digital para cidades pequenas, alternativ­as de eventos para captar contatos e criação de relações com potenciais eleitorais.

Os grupos são muito importante­s para criar esse senso de comunidade e pertencime­nt o,q u efa z muita diferença nessa força do público crescer e se apoiar”

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Divulgação “Se você não se posiciona no WhatsApp, não tem um canal no WhatsApp, você fica muito refém do envio de fake news”, afirma especialis­ta em mobilizaçã­o digital e construção de comunidade­s Luiza Borges

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