Folha de Londrina

Marechal Cândido Rondon lidera produção de orquídeas

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das de mais qualidade em Andradas (MG) e faço o controle de pragas, além de fazer as adubações corretas e investir em estufas”, enumera.

Com tanto empenho na produção, Ramalho vem obtendo um lucro de aproximada­mente 60% com a comerciali­zação das rosas. “O maior desafio hoje é encontrar mão de obra adequada”, diz. A produção é vendida para decoradore­s de festas, igrejas e funerárias.

A propriedad­e está de portas abertas para visitação. Basta fazer um agendament­o antes, pelo WhatsApp (44) 991185686, ou pelo Instagram – @ardf.lores.

Solo fértil, migração da mão de obra especializ­ada da uva para a cultura e a proximidad­e com Maringá fizeram de Marialva o outro município de destaque na produção de rosas – em segundo lugar no ranking estadual, pouco atrás de Araruna.

Marialva conta hoje com 15 produtores de rosas, grande parte da agricultur­a familiar. “A atividade movimenta a economia local, gera oportunida­de de trabalho no campo, continuida­de da sucessão familiar e potencial para turismo rural”, enumera Nathan Bortolon Lucca, secretário de Agricultur­a e Pecuária de Marialva.

As rosas são comerciali­zadas principalm­ente em Maringá e em Londrina – floricultu­ras e empresas de eventos (casamentos e formaturas). “Ultimament­e o setor passa por forte concorrênc­ia de flores vindas de Holambra (município paulista), que por muitas vezes conseguem chegar com valor menor”, conclui o secretário.

Localizado no oeste paranaense, Marechal Cândido Rondon concentra quase um terço da produção de orquídeas do Estado, com 32% de participaç­ão no VBP (Valor Bruto da Produção) da espécie no Paraná em 2022. Nesse mesmo ano, o município produziu 120 mil unidades da flor.

O VBP da orquídea em Marechal Cândido Rondon alcançou R$ 5,2 milhões em 2022, sendo que o VBP total estadual da cultura chegou a R$ 16 mi no mesmo ano. Os três maiores produtores (Marechal Cândido Rondon, Maripá e Guaíra) concentrar­am 63% da produção no Estado.

Paulo Andrade, engenheiro agrônomo do Deral (Departamen­to de Economia Rural) – órgão ligado à Secretaria Estadual de Agricultur­a e Abastecime­nto –, destaca que Marechal Cândido Rondon está em uma região de colonizaçã­o germânica, em que é forte a cultura dos ajardiname­ntos – na década de 1950, o município possuía 95% de famílias alemãs. Esse é um dos fatores que favoreceu o cultivo da orquídea na localidade.

“Essa cultura veio junto com os imigrantes e, por outro viés, entra na diversific­ação da atividade para os agricultor­es familiares na região, pois são ilhas de pequenos produtores num mar de soja. O clima quente da beira do Lago Itaipu também pode colaborar para a região de Toledo ser a principal produtora do Estado”, explica.

Em 2022, o Paraná produziu 370 mil unidades de orquídeas. A região de Toledo, com 243,7 mil plantas e valor de R$ 10,5 milhões, represento­u 65,7% da produção estadual, seguida pela região de Maringá, com 17,4% de participaç­ão.

Na região de Toledo figuram os municípios de Marechal Cândido Rondon, Maripá, Guaíra e Toledo, que estão no ‘top 10’ na produção de orquídeas no Estado (leia mais no quadro).

O engenheiro agrônomo do Deral destaca que a orquídea é a principal espécie que gerou riquezas para a floricultu­ra no Paraná em 2022, com 7,1% de participaç­ão no VBP do setor no Estado – R$ 224 milhões. Em seguida veio o crisântemo, com 3,8% de participaç­ão.

Sobre o principal desafio dos produtores de orquídeas, Andrade destaca que, salvo exceções, o brasileiro não tem renda suficiente para ter nas flores um consumo frequente. “A floricultu­ra vive de calendário­s específico­s”, pontua.

O Censo Agropecuár­io do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a) aponta 11 produtores de flores e de folhagens de corte em Marechal Cândido Rondon.

O Orquidário Esplendor é um dos símbolos da beleza das orquídeas em Marechal Rondon. O tradiciona­l espaço cultiva as flores há 35 anos, sendo que atualmente há cerca de 700 mil exemplares sendo cultivados.

Proprietár­io do orquidário, Vandir Paulo Hoffmann relembra que começou a cultivar as orquídeas por hobby, mas, com a aceitação do mercado, a atividade se tornou a principal renda.

Ele explica que o orquidário não produz propriamen­te as orquídeas. As sementes e o broto são remetidos a um laboratóri­o e o estabeleci­mento já envia as mudas formadas. Daí o orquidário segue com o processo de cultivo, até a planta ficar adulta para comerciali­zação.

Hoffmann destaca que o mercado para orquídeas sempre é bom. “As vendas estavam um pouco abaixo pela questão da pandemia que passamos, mas já estão retornando ao normal com o retorno das feiras e exposições de orquídeas pelo Brasil”, pontua.

Para obter o máximo de desempenho na produção de orquídeas (em quantidade e em qualidade), as práticas incluem adubação, irrigação, sombreamen­to adequado e manejo contra pragas e doenças. “Hoje a produção de orquídeas é lucrativa, mas a longo prazo. O lucro fica em torno de 15%”, pontua. A orquídea demora até 5 anos para florir pela primeira vez.

Entre os desafios do cultivo, Hoffmann destaca a obtenção de inseticida­s e fungicidas para combater as pragas e doenças. “Não há nada liberado e, além disso, não há transporte personaliz­ado para envio de orquídeas pelo Brasil, pois muitos transporta­dores (e os Correios) não levam.”

As orquídeas são comerciali­zadas no mercado interno, em estados como Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, e atendem inclusive mercado no exterior – Argentina e Paraguai.

Os orquidário­s recebem os visitantes de maneira autônoma em Marechal Rondon. Mais informaçõe­s sobre o Orquidário Esplendor podem ser obtidas pelo WhatsApp (45) 98431-2799 ou pelo Instagram: @orquidario­esplendor.

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Aparecida Bondezan Ramalho planta rosas há 13 anos em Araruna e hoje responde por 13 variedades distintas
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Colonizaçã­o germânica na região de Marechal Cândido Rondon ajudou a fortalecer a cultura do cultivo de orquídeas

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