Folha de S.Paulo

Comércio eletrônico, preço e loja ‘ real’

- S I L V I O M E I R A 56, fundador do e cientista- chefe do cada quatro semanas nesta coluna. @ srlm AMANHÃ EM MERCADO:

Nem as lojas físicas que costumam anunciar preço baixo todo dia conseguem competir com lojas virtuais

ção quando o assunto é dinheiro.

E os mecanismos de qualificaç­ão do varejo on- line, que recomendam alguns e sugerem cautela em relação a outros, separam o joio do trigo virtual, com a preciosa colaboraçã­o das redes sociais.

Resultado? Nem mesmo as lojas físicas que costumam anunciar preço baixo todo dia conseguem competir com quem, como a Amazon, virtualizo­u toda a sua rede de valor ( veja em bit. ly/ KP4X8u).

Em uma entrevista histórica de 1999 ( no link buswk. co/ f43b5M), Jeff Bezos afirmava que o varejo físico não conseguiri­a competir com o virtual em preço, e era só entender os princípios econômicos, logísticos e outros por trás dos dois para chegar a tal conclusão.

De lá para cá, a “previsão de Bezos” se tornou cada vez mais verdade em todo o mundo e começa a afetar um número cada vez maior de mercados, como os negócios de roupas e sapatos, que se imaginavam imunes ao ataque do varejo virtual.

Bezos dizia também que, sem poder competir em preço, havia muitas outras dimensões para o varejo físico agir: conforto, expertise, ofertas exclusivas, entretenim­ento, limpeza... todas as outras variáveis da experiênci­a de compra, menos preço.

Consideran­do que Bezos está para comércio eletrônico assim como Bell para o telefone, tendo praticamen­te inventado a coisa em 1995, ele merece algum crédito.

Bem mais do que lhe dariam os céticos, que poderiam dizer que, “se é assim, por que o varejo on- line nos Estados Unidos ainda é inferior a 5% do total”?

Confere, mas cresceu 16,1% em 2011 ( quando o varejo, como um todo, cresceu 6,79%, lá) e deve crescer 12% neste ano, novamente mais do que o dobro do total.

No Brasil, o cresciment­o do varejo on- line foi de 26% em 2011 e promete 25% em 2012, também mais do que o dobro do varejo total, aqui.

As lojas e shoppings “de tijolo” que não questionam mais essa tendência já estão tentando se reinventar. Fazer parte desse mundo real, que não existe em oposição ao virtual ( porque o “real” é a união do concreto e do abstrato...), será parte essencial do futuro de quem, no varejo, tiver futuro. SILVIO MEIRA, org

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Claudia Kfouri

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