Comércio eletrônico, preço e loja ‘ real’
Nem as lojas físicas que costumam anunciar preço baixo todo dia conseguem competir com lojas virtuais
ção quando o assunto é dinheiro.
E os mecanismos de qualificação do varejo on- line, que recomendam alguns e sugerem cautela em relação a outros, separam o joio do trigo virtual, com a preciosa colaboração das redes sociais.
Resultado? Nem mesmo as lojas físicas que costumam anunciar preço baixo todo dia conseguem competir com quem, como a Amazon, virtualizou toda a sua rede de valor ( veja em bit. ly/ KP4X8u).
Em uma entrevista histórica de 1999 ( no link buswk. co/ f43b5M), Jeff Bezos afirmava que o varejo físico não conseguiria competir com o virtual em preço, e era só entender os princípios econômicos, logísticos e outros por trás dos dois para chegar a tal conclusão.
De lá para cá, a “previsão de Bezos” se tornou cada vez mais verdade em todo o mundo e começa a afetar um número cada vez maior de mercados, como os negócios de roupas e sapatos, que se imaginavam imunes ao ataque do varejo virtual.
Bezos dizia também que, sem poder competir em preço, havia muitas outras dimensões para o varejo físico agir: conforto, expertise, ofertas exclusivas, entretenimento, limpeza... todas as outras variáveis da experiência de compra, menos preço.
Considerando que Bezos está para comércio eletrônico assim como Bell para o telefone, tendo praticamente inventado a coisa em 1995, ele merece algum crédito.
Bem mais do que lhe dariam os céticos, que poderiam dizer que, “se é assim, por que o varejo on- line nos Estados Unidos ainda é inferior a 5% do total”?
Confere, mas cresceu 16,1% em 2011 ( quando o varejo, como um todo, cresceu 6,79%, lá) e deve crescer 12% neste ano, novamente mais do que o dobro do total.
No Brasil, o crescimento do varejo on- line foi de 26% em 2011 e promete 25% em 2012, também mais do que o dobro do varejo total, aqui.
As lojas e shoppings “de tijolo” que não questionam mais essa tendência já estão tentando se reinventar. Fazer parte desse mundo real, que não existe em oposição ao virtual ( porque o “real” é a união do concreto e do abstrato...), será parte essencial do futuro de quem, no varejo, tiver futuro. SILVIO MEIRA, org