Folha de S.Paulo

Meia- entrada na Copa será para poucos

Depois de vetos de Dilma, maioria das cidades- sedes diz que mudará leis locais para atender limites impostos pela Fifa

- DO PAINEL FC DE SÃO PAULO ( BERNARDO ITRI, EDUARDO OHATA, MARIANA BASTOS E RODRIGO MATTOS)

Alegislaçã­o necessária para a realização da Copa- 2014 está quase pronta e não deve ferir os interesses da Fifa, como chegou a ser cogitado.

O texto da Lei Geral da Copa, sancionado pela presidente Dilma Rousseff, prevê que ao menos 300 mil ingressos da categoria 4 — nos piores lugares dos estádios— serão destinados à meia- entrada para brasileiro­s estudantes, idosos e participan­tes de programas sociais do governo. Idosos também pagarão meia em outras categorias.

Os 300 mil bilhetes representa­m cerca de 10% do total dos ingressos estimados pela Fifa para o Mundial.

A entidade não confirma oficialmen­te o total de entradas e diz que o número ainda é discutido. Mas sua estimativa é que 3 milhões de ingressos sejam comerciali­zados.

A questão, agora, é se as leis de Estados e municípios que também concedem o direito de meia- entrada para os estudantes vão vigorar durante as competiçõe­s.

O item da Lei Geral da Copa que dizia que as legislaçõe­s das sedes sobre o tema não teriam efeito durante os dois torneios foi vetado pela presidente Dilma Rousseff.

Assim, ficou com Estados e cidades, cujas leis preveem a venda de meia- entrada, a decisão sobre invalidar normas locais durante as Copas. Caso contrário, além dos 300 mil ingressos, os estudantes terão direito a comprar todos os outros bilhetes com desconto, baseados nas legislaçõe­s locais das sedes.

Essa, no entanto, não é a vontade da Fifa. Se confirmada­s, as leis colocariam sedes e federação em conflito.

Porém nada indica que isso vá ocorrer. A maioria das cidades- sedes procuradas pela reportagem afirma estar disposta a mudar sua legislação para resolver o problema.

Há, inclusive, um documento enviado pela Fifa a algumas das cidades que ajuda a simplifica­r a questão.

A Folha obteve uma cópia do documento. É a redação de um projeto de lei que cria e normatiza série de medidas relativas à organizaçã­o da Copa- 2014. O documento foi recebido por algumas cidades- sedes do Mundial no fim do ano passado, mas apenas agora poderá ser utilizado.

O terceiro capítulo do projeto de lei, sobre “as condições de oferta e comerciali­zação dos ingressos”, versa que as normas estaduais ou municipais que disponham sobre essas matérias não serão aplicadas durante o período do Mundial e o da Copa das Confederaç­ões, em 2013.

O documento é um modo de padronizar a legislação de todas as sedes. Sua ideia foi bem recebida por representa­ntes de algumas cidades.

“Se ficar como está, a venda de meia- entrada vai ter uma complexida­de grande. Vai se demandar um estudo apurado de como será feito. Ou então tem que se procurar uma padronizaç­ão”, diz Miguel Capobiango, coordenado­r da Copa no Amazonas.

Otexto também contempla a questão das bebidas alcoólicas, que, como a meia- entrada, sobrou para as 12 sedes. Pela sugestão da Fifa, leis locais que proíbem a venda e o consumo do produto em estádios ficam sem efeito durante as competiçõe­s.

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Luis Fabiano reclama com o juiz na derrota no Beira- Rio

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