Folha de S.Paulo

Leão Covarde gay é ponto cômico do musical

- DO RIO

Se no clássico filme da Metro a homossexua­lidade do Leão Covarde é apenas “insinuada” ( como diz a dupla Möeller e Botelho), na montagem de “O Mágico de Oz” que eles levam aos palcos a partir de amanhã o bicho sai totalmente do armário.

“Quando o Claudio [ Botelho] me convidou e apresentou o texto, falou: “Esse leão é uma ‘ pintosa’, mas tá tudo no original, eu não inventei nada”, lembra Lucio Mauro Filho, que assume a juba na sua estreia em musicais.

Seu personagem é o principal eixo cômico da peça ( ainda que a bruxa, interpreta­da por Maria Clara Gueiros, também roube cenas com seu mau humor), principalm­ente pelas piadas que escancaram seu lado gay.

“Talvez eles tenham escolhido um comediante por isso. Na própria história, a caracterís­tica covarde do Leão leva para a comicidade, pela contradiçã­o: o animal que deveria ser o rei da floresta é uma flor”, diz Lucio.

Único dos protagonis­tas que nunca havia trabalhado com a dupla de diretores —“eu nem sabia que ele podia cantar tanto, foi um susto”, disse Botelho—, o ator elogia o método de trabalho.

“Sei que tem gente que torce o nariz, talvez eu já tenha até tido certo preconceit­o, mas aqui dentro estou vendo: é motivo de orgulho, a verdadeira profission­alização do teatro brasileiro. Não tem cara feia, arrogância. Para quemchega de fora, como eu, é uma revelação: dá para ser profission­al e, ao mesmotempo, ser cordial.” ( MAC)

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Cecilia Acioli/ Folhapress O ator Lucio Mauro Filho em cena do musical

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