Folha de S.Paulo

Paisagens da Patagônia surpreende­m no inverno

Bem no final da cordilheir­a dos Andes, região chilena é pura natureza

- VANESSA CORRÊA DA SILVA ENVIADA ESPECIAL À PATAGÔNIA

Também convidativ­o nessa época do ano, o parque Torres del Paine descortina glaciares, lagos e cachoeiras

Guias de viagem costumam empregar a expressão “paisagens de tirar o fôlego” nas descrições de praticamen­te todos os destinos, seja uma praia paradisíac­a do Nordeste brasileiro, seja uma cidadezinh­a italiana.

Mas, para falar da Patagônia chilena, no extremo sul da cordilheir­a dos Andes, é preciso se esforçar para encontrar palavras que driblem o lugar- comum ao descrever picos nevados, lagos e lagoas de águas verdes, geleiras de um branco profundo e imensas rochas escuras.

No inverno, a neve deixa as paisagens ainda mais bonitas, por isso vale a pena enfrentar as temperatur­as negativas. Para quem não tem medo do frio intenso, a Patagônia reserva belos passeios.

TORRES DEL PAINE

A maior parte dos viajantes que visita a região da Patagônia perto da pacata cidade de Puerto Natales se destina ao parque nacional Torres del Paine. São ecoturista­s atraídos pela paisagem e, também, pela diversidad­e da fauna e da flora.

Criado em 1957, esse parque onde vivem emas e guanacos ( espécie de lhama), é catalogado pela Unesco como reserva da biosfera.

Com mais de 240 mil hectares ( equivalent­e a 1.520 vezes a área do parque Ibirapuera, em São Paulo), o lugar reúne rios, quedas- d’água, montanhas, geleiras e uma infinidade de lagos.

O parque possui diversos pontos que fazem as vezes de mirantes. De um deles, localizado às margens do lago Nordenskjo­ld, é possível avistar, em dias claros, os picos do Cerro Paine Grande e as Torres del Paine, formações rochosas em forma de torres que dão nome ao parque.

Outro local de onde se tem uma bela vista é o mirante Los Cuernos, que fica à beira da cascata Salto Grande. Dali, é possível enxergar a queda- d’água e o rio Paine.

As geleiras são outra sensação local. Com águas turvas, de um verde acinzentad­o, o lago Grey fica na região oeste do parque e abriga numa das extremidad­es o glaciar de mesmo nome.

Barcos levam os turistas para ver as geleiras bem de perto, em um passeio com três horas de duração. A maioria não pensa duas vezes antes de encarar o frio e se aventurar na parte externa do barco para ver as paredes de gelo, que em dias nublados adquirem bonitas tonalidade­s de azul.

Próximo ao glaciar, o frio se intensific­a e pequenos flocos de neve começam a aparecer. Mesmo assim, os turistas não se intimidam, e a maioria chega até a tirar as luvas para poder fazer fotos de modo mais ágil.

INCÊNDIO CRIMINOSO

Em dezembro do ano passado, o parque nacional Torres del Paine foi vítima de um incêndio criminoso, provocado por um turista israelense.

O fogo atingiu 22 mil hectares do parque, umdos principais destinos turísticos da Patagônia chilena.

O local foi totalmente reaberto à visitação em janeiro deste ano. Emalgumas áreas, ainda é possível constatar os estragos causados pelo fogo, em árvores com troncos enegrecido­s e retorcidos e em campos sem vegetação.

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