Folha de S.Paulo

Disputa por filha causou morte de executivo da Yoki, diz defesa

Segundo advogado, Marcos Matsunaga ameaçava ficar com guarda da criança em caso de separação

- ANDRÉ CARAMANTE DE SÃO PAULO

Advogado de Elize Matsunaga afirma que executivo esquarteja­do a conheceu quando ela era garota de programa

A bacharel em direito Elize Matsunaga, 38, disse ter matado e esquarteja­do o marido, o executivo Marcos Kitano Matsunaga, 42, porque tinha sido ameaçada por ele de perder a guarda em uma provável separação do casal.

Essa é a resposta do advogado de Elize, Luciano Santoro, sobre as justificat­ivas de sua ex- aluna no curso de direito da Unip ( Universida­de Paulista) para o crime contra o herdeiro da Yoki Alimentos, vendida recentemen­te a um grupo norte- americano por R$ 1,75 bilhão.

“O casal atravessav­a uma crise conjugal havia pelo menos seis meses e, nesse período, Elize pediu a separação três vezes, mas o Marcos dizia que se ela fosse embora ficaria sem a filha. E a Elize pensou como a mãe que nunca aceitaria ficar longe da filha”, disse Santoro.

Segundo o advogado, ao contrário do que disse a polícia, a decisão de confessar o crime partiu da própria Elize. Quarta- feira, a polícia anunciou que ela confessou após ser confrontad­a com indícios — rastreamen­to do celular e imagens das câmeras do prédio onde o casal vivia, na Vila Leopoldina ( zona oeste).

Até agora, sete pessoas foram ouvidas na investigaç­ão. Dentre elas está o detetive particular contratado por Elize para seguir o marido e que comprovou que ele a traía.

À polícia, o detetive disse que Elize o procurou em 21 de maio, um dia após o crime, para pegar imagens do executivo com a amante.

As imagens foram gravadas entre 17 e 19 de maio, quando Elize, a filha e uma babá viajaram para Chopinzinh­o, no Paraná ( a 394 km de Curitiba), para visitar a mãe e a avó.

O CRIME

Elize confessou à polícia ter matado o marido e o esquarteja­do na cobertura de quase 300 m ² onde o casal, que tinha um filha de pouco mais de um ano, morava. A criança dormia no apartament­o quando o pai foi morto.

Segundo o advogado Santoro, Matsunaga conheceu Elize num site de relacionam­entos, quando ela era garota de programa.

Ela disse ter discutido com Matsunaga quando o pressionou sobre a traição e acabou agredida por ele com um tapa no rosto. No revide, pegou uma pistola .380 mme atirou em sua cabeça.

“Ela chegou a pensar emligar para a polícia e confessar o crime logo após o disparo, mas buscou uma solução para sumir com o corpo e isso complicou sua situação, principalm­ente perante à opinião pública”, disse Santoro.

O advogado da família de Matsunaga, Luiz Flávio Borges D’Urso, não foi encontrado ontem para comentar a versão do defensor de Elize.

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