Folha de S.Paulo

O segundo ROLÊ do BONDE

Banda indie que levou o funk às pistas internacio­nais mistura ritmos e vai de art punk a Caetano em “Tropical/ Bacanal”

- LÚCIO RIBEIRO COLUNISTA DA FOLHA Ouça e baixe “Bang”, novo single do Bonde do Rolê folha. com/ no1128374

Siga- me neste rolê: sai hoje nos EUA o disco mais importante da música independen­te brasileira recente.

É o segundo álbum da banda de curitibano­s que umdia fez certa fama mundial com funk carioca, ganhou umelemento mineiro, tem colaborado­res jamaicanos e australian­os e resgata à cena atual um baiano ícone da MPB.

Muito além do funk, com uma energia sonora absurda e cheio de referencia­is e significân­cias ( veja abaixo), é lançado “Tropical/ Bacanal”, o segundo disco do trio.

Os bagunceiro­s do Bonde do Rolê foram os que melhor internacio­nalizaram a, desculpe, putaria do “batidão” das favelas cariocas misturada ao rock, com bombástico­s shows em festivais americanos e em clubes da Europa.

À globalizaç­ão sonora, de formação edetrajetó­ria danova fase, alia- se o lançamento dodisco. “Tropical/ Bacanal”, que sucede “With Lasers” ( 2007), será editado pelo selo americano Mad Decent, com comerciali­zação emlojas e no itunes de lá, depois de uma novela tipo sai- não- sai.

A partir daí, o disco ganha distribuiç­ão no Brasil, no mercado europeu e na literal internet. Aqui, “Tropical/ Bacanal” chega às lojas em agosto, via Deckdisc.

Desde o último disco, o trio passou por duas sacudidas na formação original e adicionou rockablill­y, folk, hiphop, reggae e axé a seu funk.

No novo álbum, cujas letras sacanas surgem também em inglês, o Bonde do Rolê juntou um time de colaborado­res plural.

Convidaram da cantora jamaicana Ce’cile ao art punk australian­o The Death Seth. O mais inusitado de todos? Caetano Veloso.

O cantor e compositor baiano canta “Baby Doll de Nylon”, versão do Bonde para umamúsica dos anos 1980 do guitarrist­a Robertinho do Recife, cuja letra é de autoria do próprio Caetano.

Segundo os rapazes do Bonde, Caetano disse nunca ter cantado em estúdio a música que escreveu. Seu refrão surge atualizado e globalizad­o em “Tropical/ Bacanal”: virou “Baby Don’t Deny It”.

“Adorava essa música do Robertinho e queria fazer algo parecido. Descobrimo­s que a letra era do Caetano e pensamos que seria incrível se ele participas­se da gravação”, diz o DJ Rodrigo Gorky.

“Tentamos umtempãono­s aproximar dele por e- mail. Conseguimo­s seu número, pedimos ajuda a amigos em comuns e nada”, lembra Pedro D’eyrot, cantor do grupo.

“Contamos, então, esse desejo para o Diplo [ produtor americano, dono da gravadora do Bonde], que em um telefonema armou jantar com o Caetano. No outro dia, ele estava gravando com a gente”, contam os músicos.

O Bonde do Rolê, hoje, é completado pela cantora Laura Taylor, importada de Minas Gerais.

“Tropical/ Bacanal” tem, entre outros, produção de Diplo, espécie de Midas atual da cena dance híbrida.

A Folha libera com exclusivid­ade, para download, o próximo single do Bonde, “Bang”, música com participaç­ão do rapper Kool A. D., do grupo Das Racist. A canção é uma das faixas de “Tropical/ Bacanal”. Vai aceitar o rolê?

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Gleeson Paulino/ Divulgação Da esq. para a dir., Rodrigo Gorky, Laura Taylor e Pedro D’Eyrot, da banda de funk Bonde do Rolê

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