Suspense com Regina Duarte não decola em estreia mundial
“Bem-vindo Estranho”, peça inédita de Angela Clerkin, mobiliza a narrativa tensional do suspense. Coloca em cena o relacionamento de amor e ódio entre Jaki (Regina Duarte) e Elaine (Mariana Loureiro), sua filha. A tensão se acirra quando essa jovem advogada traz para casa seu cliente Joseph (Kiko Bertholini), absolvido da suspeita de ter assassinado sua mulher.
Odiretor, Murilo Pasta, procura criar incertezas sobre o potencial assassino ou situações de perigo comamplo uso de luz (Aline Santini) e som (Marcelo Pellegrini). Noentanto, o conflito entre os três —Jaki gosta de humilhar Joseph sobre seu passado, Elaine sofre com isso e com dependência da mãe—, que seria o motor do suspense, não decola.
Duarte não trabalha nem a maldade da genitora amoral nem sua ambivalência. Em vez deinterpretar umamulher de classe baixa que não para de projetar seus ressentimentos, é divertida, elegante e bem-disposta, o que rende risadas, mas não cria tensões.
Loureiro faz opapel de uma filha certinha que só ganha profundidade quando se rebela. Overdadeiro passado de seu par romântico é insinuado rápido demais. Opersonagem dele não possui a espessura necessária para fazer o público duvidar sobre os acontecimentos futuros, que surgem previsíveis.
sex., às 21h30; sáb., às 21h; dom., às 18h; até 15/12
teatro Vivo (av. Dr. Chucri Zaidan, 860; tel. 0/xx/11/97420-1520)
R$ 50 (sex. e dom.) e R$ 60 (sáb.)
14 anos regular