Folha de S.Paulo

“Big data” chega aos pequenos negócios nos Estados Unidos

Uso intensivo de estatístic­a já não é exclusivid­ade dos grandes

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DO “NEW YORK TIMES”

Brian Janezic, 27, estava no seu lava- rápido em Tucson, Arizona. Quando ele foi estimar quanto material de limpeza deveria comprar para o estoque, percebeu o quão amador era seu negócio.

“Nós temos máquinas que medem e lavam automatica­mente um carro, misturam produtos químicos, ligam a água... E eu aqui contando o estoque na mão?”

Umabuscaon- line o fez encontrar o FileMaker Pro, um software para pequenas empresas que controla o estoque — quando ele está baixo, o programa faz automatica­mente um pedido para o fornecedor cadastrado.

Janezic se empolgou e ins- talou sensores ligados ao FileMaker em oito tambores de produtos químicos que monitoram seus níveis, comproduto­s para lavar vidros, pneus ou cera. Se estiverem caindo muito rápido, o que pode significar desperdíci­o ou vazamentos, Janezic recebe um e- mail automático.

Ocaso do lava- rápido mostra que o chamado “big data”, que se trata de aproveitar grandes fontes de dados para aprimorar processos e reduzir custos, chegou às pequenas empresas. Antes, ele estava limitado às companhias com grandes departamen­tos de tecnologia da informação.

Em 2010, só 1,7% dos pequenos negócios utilizavam algumtipod­esoftwared­eanálise inteligent­e de dados. No ano passado, já eram 9,2%.

Estatístic­as podem dizer com precisão para uma empresa com uma pequena frota, , por exemplo, como os seus motoristas estão dirigindo. Em lojas que cadastram clientes, podemmostr­ar quais produtos são mais vendidos para frequentad­ores assíduos — produtos, em tese, mais capazes de promover fidelizaçã­o.

“Você não precisa mais utilizar só a intuição”, diz Ramon Ray, organizado­r de um encontro anual de pequenas empresas que trata das novas possibilid­ades emtecnolog­ia.

Oprograma Desk. com, por preços que partem de US$ 3 ao mês, permite às pequenas ter dados sobre sua interação com os clientes pela internet: quanto tempo, em média, a empresa leva para responder e- mails, por exemplo.

No caso dos restaurant­es, é possível saber quais garçons têm mais habilidade para convencer os clientes a provar determinad­os pratos.

Um software descobriu que, no restaurant­e Tremont 647, de Boston, um garçom chamado David tinha quase 100% de aproveitam­ento ao sugerir tortas especiais que a casa produzia.

Sempre foi possível saber quanto cada garçom trazia em faturament­o, diz Andy Husbands, o dono. “Mas agora podemos muito mais.”

 ?? Chris Richards/ The New York Times ?? Brian Janezi, proprietár­io de um lava- rápido para carros em Tucson, no Arizona ( EUA)
Chris Richards/ The New York Times Brian Janezi, proprietár­io de um lava- rápido para carros em Tucson, no Arizona ( EUA)

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