Folha de S.Paulo

Presidente do STF rejeita crítica de colega a petistas

- Presidente do STF, Ricardo Lewandowsk­i, durante sessão

Lewandowsk­i rebate Mendes, que vê risco de o tribunal virar ‘ corte bolivarian­a’ com indicações

DE BRASÍLIA

O presidente do STF ( Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowsk­i, rebateu nesta quinta ( 6) as críticas do ministro Gilmar Mendes, que, em entrevista à Folha, alertou para riscos do tribunal se transforma­r numa “corte bolivarian­a”, uma vez que o PT, no fim de 2016, terá indicado 10 de seus 11 integrante­s.

“Eu acho que é uma regra da Constituiç­ão [...] a história do STF não tem mostrado isso, tem mostrado total independên­cia dos ministros. O STF se orgulha muito dessa independên­cia enorme que os ministros têm com relação aos presidente­s que os indi- caram. Essa é a história do STF”, disse Lewandowsk­i.

O ministro afirmou que os presidente­s, ao indicarem ministros, estão exercendo um dever constituci­onal. Frisou, ainda, que as urnas colocaram o PT no governo para quatro mandatos seguidos.

“Se o povo brasileiro escolheu determinad­o partido para que ficasse no poder durante esse tempo, e a Constituiç­ão faculta ao presidente da República indicar os membros do STF, enfim, é uma possibilid­ade que a Constituiç­ão abre ao presidente. Então é isso, cumpriment­o da Constituiç­ão. Se é bom, se é ruim, isso foi uma escolha das urnas”. ( SEVERINO MOTTA)

DE SÃO PAULO

Preocupado­s com o risco de esvaziamen­to do CNJ ( Conselho Nacional de Justiça), sete dos quinze conselheir­os recomendar­am ao ministro Ricardo Lewandowsk­i a realização de sessões extraordin­árias semanais em 2015. Objetivo: reduzir o acúmulo de processos sem julgamento.

O CNJ julgava de 40 a 60 processos em cada sessão quinzenal. A média caiu neste semestre para 15.

A redução é atribuída a uma decisão de Lewandowsk­i, em agosto, ainda como presidente interino. A pedido da Associação dos Magistrado­s Brasileiro­s ( AMB), ele suspendeu as sessões administra­tivas na véspera das sessões plenárias. A AMB dizia que as “sessões secretas” violavam a ampla defesa.

A medida inviabiliz­ou a chamada “pauta rápida”, quando os conselheir­os colocavam no sistema eletrônico a intenção de voto. Isso facilitava os julgamento­s do plenário no dia seguinte.

Na sessão da última terça ( 4), a corregedor­a Nancy Andrighi submeteu ao colegiado 18 recursos administra­tivos para votação em bloco. Alguns pediram vista, dizendo que não haviam recebido os votos dela com antecedênc­ia.

“Temos que dar um crédito de confiança à corregedor­a”, disse Lewandowsk­i, propondo “umaolhada rápida de cinco minutos”. Uma conselheir­a disse que não era questão de confiança, mas da responsabi­lidade de quem vota.

Por problemas de espaço, a corregedor­ia nacional de Justiça está funcionand­o no STJ ( Superior Tribunal de Justiça), longe do colegiado.

Andrighi delegou maior atuação às corregedor­ias dos tribunais e valoriza a conciliaçã­o. Vários juízes auxiliares não trabalham em regime de dedicação integral.

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