Folha de S.Paulo

EUMATEI BIN LADEN

Veterano de guerras no Iraque a Afeganistã­o, de 38 anos, revela ser autor dos disparos que mataram terrorista, em 2011; colegas criticam sua atitude

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pois que sua identidade foi revelada em um site de colegas de missão, que já criticaram “sua busca por notoriedad­e” e disseram que membros da operação eram “profission­ais discretos”.

Omilitar, que tinha 15 anos de carreira quando participou da operação, conversou diversas vezes com o jornal. Segundo a reportagem, ele decidiu vir a público porque sabia que sua identidade seria vazada logo.

Ele foi a fonte de um longo perfil na revista “Esquire” sob o título “Oatirador”, publicado em fevereiro do ano passado, em que descreve a maior operação de sua carreira. Mas, então, pediu anonimato à revista.

O’Neill, natural de Montana, disse que se convenceu de vir a público e contar sua história depois de um encontro privado com parentes das vítimas do ataque contra as torres do World Trade Center.

Dias antes da inauguraçã­o do museu e memorial no local do atentado, em março deste ano, acabou contando como foi o fim de Bin Laden.

“As famílias me disseram que isso as ajudou na cicatrizaç­ão da tragédia”, disse. A identidade do oficial foi confirmada por outros dois membros da equipe. NOTORIEDAD­E Adecisão de revelar que foi o autor do tiro fatal contra o mais procurado terrorista pe- los EUAdaúltim­a década não foi bem recebida por colegas.

Em carta, dois chefes da Unidade Especial de Marinha de Guerra, o contra- almirante Brian Losey e o comandante Michael Magaraci, escrevem que um “princípio crítico” da carreira militar “é não fazer propaganda do trabalho, nem buscar reconhecim­ento por qualquer ação”.

O site mantido por militares que vazou a informação antes das entrevista­s ao “Washington Post” e à Fox News, sofrep. com, admite que o fez para reduzir o impacto da revelação, e critica O’Neill “por buscar notoriedad­e”.

Nacarta, eles falam do “pequeno crédito individual”, que operações como essas rendem, pois são resultado de anos de trabalho duro de diversas agências federais, serviços de inteligênc­ia, várias missões desafiam “a reivindica­ção de glória ou fama por um ou dois atiradores” .

Osite destaca o risco de militares querendo “vender suas histórias”.

Mas a carta também foi criticada por outros militares. Um comentaris­ta da Fox News, Jonathan Gilliam, também ex- integrante da Unidade de Mar, Terra e Ar ( SEAL), disse que o almirante Losey errou em“mandar carta aberta para criticar os oficiais”.

“Carta aberta falando de profission­ais discretos não é a melhor maneira de se expressar”, afirmou.

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