Folha de S.Paulo

Lobão sai de cena no Ministério de Minas e Energia

- Márcio Zimmermann representa ministério em entrevista

DE BRASÍLIA

O Ministério de Minas e Energia está praticamen­te sem comando. Nos últimos dois meses, o titular da pasta, Edison Lobão, tem ocupado seu posto apenas ocasionalm­ente, mas sem assumir compromiss­os públicos.

Durante sua ausência, cada vez mais comum, quem o representa na maioria dos eventos é o secretário- executivo Márcio Zimmermann.

Esse arranjo tem vigorado desde o início de setembro, quando Lobão foi citado na denúncia do ex- diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa como um dos beneficiad­os por esquema de desvio de recursos da empresa.

Desde então, Lobão saiu de férias quatro vezes, sempre por períodos curtos, de três a cinco dias. Compromiss­os de trabalho em sua agenda oficial foram apenas cinco.

Quatro deles mencionava­m sua participaç­ão emreuniões — uma delas nem sequer foi presencial. O quinto compromiss­o foi uma visita a empresas de energia no Maranhão, sua terra natal.

Fora essas situações, Lobão teve apenas “despachos internos” no período. Em uma sexta- feira de setembro ( 19), sua ausência de Brasília foi justificad­a por “compromiss­os familiares”.

A saída de Lobão do ministério é dada como certa. Segundo a Folha apurou, a tendência é que ele seja substituíd­o em janeiro. O nome do novo ministro ainda está em discussão no governo.

Enquanto isso, agentes do setor elétrico, como empresário­s, associaçõe­s e especialis­tas, acumulam pendências para tratar com a pasta. As questões em aberto se espalham por todos os segmentos e incluem de indenizaçõ­es às empresas de transmissã­o à falta de regras para renovação dos contratos de concessão das distribuid­oras. VIAGEM Até mesmo a presença do ministro em eventos do setor se tornou rara. No último mês, o ministério convocou a imprensa para explicar o esquema de segurança que seria montado para garantir abastecime­nto nas eleições. Mas o ministro, segundo assessores, estava em viagem.

Anteontem, quando o go- verno elevou o risco de desabastec­imento de energia nas regiões Sudeste/ Centro- Oeste para 2015, Lobão também se negou a dar explicaçõe­s.

O ministério afirma que “como todo servidor público, o ministro tem direito a férias anuais de 30 dias e que sua opção foi por tirá- las no segundo semestre “para poder dedicar- se à campanha eleitoral de seu filho, o senador Lobão Filho, candidato ao governo do Maranhão”.

O ministério afirma ainda que é “uma ilação equivocada” relacionar as férias do ministro com a menção de seu nome “ao lado de dezenas de outros em reportagem sobre denúncias envolvendo a Petrobras, semquenada­deconcreto tenha sido contra ele apresentad­o”. ( JB)

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