Folha de S.Paulo

Meses após criação, novas ciclovias de São Paulo já estão ‘ desbotando’

- ANDRÉ MONTEIRO

DE SÃO PAULO

Algumas ciclovias de São Paulo já estão perdendo o brilho. No lugar do “tapete vermelho” estendido aos ciclistas, começam a surgir o asfalto cinza, buracos e remendos que dificultam as pedaladas e trazem risco aos usuários.

Os problemas aparecem poucos meses após as ciclovias terem sido inaugurada­s pela gestão Fernando Haddad ( PT) — aprimeira foi emjunho.

Na avenida Duque de Caxias, no centro, que tem ciclovia desde julho, a tinta que demarca o espaço exclusivo das bikes está desbotada.

A sinalizaçã­o também está “manchada” por marcas de pneus de veículos motorizado­s e remendos de asfalto.

“Acabo não pedalando em alguns pedaços muito apagados porque acho perigoso um carro não perceber a ciclovia e me pegar. De noite fica pior”, diz Luiz Fernando Silva, 44, que faz entregas de bicicleta no centro expandido.

Os “olhos de gato” e balizas, objetos que servem para separar a ciclovia das faixas de automóveis, estão ausentes ou quebrados emdiversos locais. No lugar, ficam salientes os parafusos de fixação, que podem até furar pneus.

Problemas semelhante­s são encontrado­s em ruas comoGuaian­ases, Líbero Badaró, Mauá, Cândido Espinheira, Frederico Abranches e al. Nothmann, por exemplo.

“As ciclovias são uma vitória da cidade, mesmo desbotadas continuo me sentido mais seguro. Mas é importante, agora, fazer manutenção ou usar materiais melhores, para não ter que ficar repintando”, diz o arquiteto Amer Mousse, 31, que pedala todo

dia para ir ao trabalho. MAIS DURÁVEL A CET ( Companhia de Engenharia de Tráfego) diz que vai fazer ajustes onde for necessário, mas que elabora uma licitação para contratar empresa que vai pavimentar as ciclovias da cidade.

“O cimento implantado já será na cor vermelha e, portanto, o material utilizado será bemmais durável”, afirma.

A CET diz também que está formalizan­do um termo com a fundação do IPT ( Instituto de Pesquisas Tecnológic­as) para testar os materiais usados nas obras e “criar um padrão de excelência” para os insumos de ciclovias.

A gestão Haddad implantou 110 km de ciclovias. Pretende chegar a 200 km até o fim do ano e fazer outros 200 km até o fim de 2015.

Aestimativ­a é que cada km custaria R$ 200 mil. Ciclovias mais elaboradas, como a prevista na av. Paulista, podem chegar a R$ 4 milhões/ km.

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