Folha de S.Paulo

CRISE DA ÁGUA Movimentos sociais prometem mais protestos contra falta de água

Ao menos dois estão marcados até dia 15; na quarta, três pessoas foram detidas em manifestaç­ão

- FELIPE SOUZA

Militante afirma não descartar presença de adeptos da tática black bloc; PM diz que monitora atos

DE SÃO PAULO

Movimentos sociais afirmam que vão intensific­ar o número de atos contra a crise da água no Estado. A intenção é pressionar a gestão Geraldo Alckmin ( PSDB) a investir e anunciar medidas para reduzir o consumo e garantir o abastecime­nto. Ao menos dois já estão marcados.

Apesar da chuva, os índices das principais represas seguememqu­eda( veja quadro).

Na quarta ( 5) à noite, manifestan­tes — alguns mascarados— fecharam a av. Paulista e a rua da Consolação. Três foram detidos. O ato foi organizado pelo grupo Lute Pela Água, que reúne movimentos como o Território Livre.

O militante Rafael Padial, doTerritór­io, disse nãodescart­ar a presença de adeptos da tática black bloc, que prega a depredação de patrimônio, nos protestos. “Cada umdecide como vai às manifestaç­ões e se vai ou não usar máscara.”

O ato do dia 13, na estação Tatuapé ( zona leste), é organizado pelo Lute Pela Água.

Thiago Aguiar, líder do Juntos! ( movimento de juventude do PSOL), disse que haverá um protesto no Dia da Proclamaçã­o da República ( 15), ainda sem local definido. “Os movimentos estão crescendo e a nossa ideia é intensific­ar as mobilizaçõ­es”, disse.

O Juntos! organizou o ato “Alckmin, cadê a água?”, que reuniu cerca de 300 pessoas emPinheiro­s ( zona oeste), no sábado ( 1 º ) . Foi o segundo protesto na capital neste ano.

O primeiro, em 25 de setembro, foi promovido pelo MTST ( Movimento dos Trabalhado­res Sem- Teto), também em Pinheiros, e teve 5.000, segundo a Polícia Militar.

O líder dos sem- teto, Guilherme Boulos, colunista da Folha, disse que organizará novos atos em dezembro e janeiro, quando ele avalia que a crise se agravará.

“Se o governo mantiver esse discurso de não fazer racionamen­to, a falta de água vai afetar setores econômicos, como indústrias, comércios e serviços. Isso pode causar grande desemprego.”

A Polícia Militar informou que “monitora e acompanha todas as manifestaç­ões públicas ocorridas no Estado”. Nível dos seis principais sistemas que abastecem a Grande SP

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