CRISE DA ÁGUA Movimentos sociais prometem mais protestos contra falta de água
Ao menos dois estão marcados até dia 15; na quarta, três pessoas foram detidas em manifestação
Militante afirma não descartar presença de adeptos da tática black bloc; PM diz que monitora atos
DE SÃO PAULO
Movimentos sociais afirmam que vão intensificar o número de atos contra a crise da água no Estado. A intenção é pressionar a gestão Geraldo Alckmin ( PSDB) a investir e anunciar medidas para reduzir o consumo e garantir o abastecimento. Ao menos dois já estão marcados.
Apesar da chuva, os índices das principais represas seguememqueda( veja quadro).
Na quarta ( 5) à noite, manifestantes — alguns mascarados— fecharam a av. Paulista e a rua da Consolação. Três foram detidos. O ato foi organizado pelo grupo Lute Pela Água, que reúne movimentos como o Território Livre.
O militante Rafael Padial, doTerritório, disse nãodescartar a presença de adeptos da tática black bloc, que prega a depredação de patrimônio, nos protestos. “Cada umdecide como vai às manifestações e se vai ou não usar máscara.”
O ato do dia 13, na estação Tatuapé ( zona leste), é organizado pelo Lute Pela Água.
Thiago Aguiar, líder do Juntos! ( movimento de juventude do PSOL), disse que haverá um protesto no Dia da Proclamação da República ( 15), ainda sem local definido. “Os movimentos estão crescendo e a nossa ideia é intensificar as mobilizações”, disse.
O Juntos! organizou o ato “Alckmin, cadê a água?”, que reuniu cerca de 300 pessoas emPinheiros ( zona oeste), no sábado ( 1 º ) . Foi o segundo protesto na capital neste ano.
O primeiro, em 25 de setembro, foi promovido pelo MTST ( Movimento dos Trabalhadores Sem- Teto), também em Pinheiros, e teve 5.000, segundo a Polícia Militar.
O líder dos sem- teto, Guilherme Boulos, colunista da Folha, disse que organizará novos atos em dezembro e janeiro, quando ele avalia que a crise se agravará.
“Se o governo mantiver esse discurso de não fazer racionamento, a falta de água vai afetar setores econômicos, como indústrias, comércios e serviços. Isso pode causar grande desemprego.”
A Polícia Militar informou que “monitora e acompanha todas as manifestações públicas ocorridas no Estado”. Nível dos seis principais sistemas que abastecem a Grande SP