Folha de S.Paulo

Para Nasr, jejum de vitórias do Brasil aumenta pressão

Piloto brasileiro espera ganhar corrida em 2015, algo inédito há cinco anos

- TATIANA CUNHA O piloto Felipe Nasr, que vai correr pela Sauber em 2015

DE SÃO PAULO

Dois dias depois de ser anunciado como piloto titular da Sauber para 2015, Felipe Nasr terá nesta sexta ( 7) o primeiro gosto da responsabi­lidade que terá na próxima temporada da F- 1.

Reserva da Williams, o brasiliens­e correrá pela primeira vez diante de sua torcida às 10h ( de Brasília), quando acontece o primeiro treino livre para o GP Brasil, penúltimae­tapa do Mundial de 2014.

Terceiro país mais vitorioso e umdos mais tradiciona­is da categoria, o Brasil vive um jejum de vitórias que já se arrasta por cinco anos, desde que Rubens Barrichell­o venceu o GP da Itália de 2009.

Com Felipe Massa se aproximand­o da parte final de sua carreira ( aos 33 anos, tem contrato com a Williams para 2015 e opção de renovação para o ano seguinte), é em Nasr que recaem as esperanças do país de voltar a protagoniz­ar a F- 1. Especialme­nte porque não existem outros brasileiro­s perto de chegar.

“É uma pena que seja verdade porque eu gostaria de ver outros pilotos sendo preparados e chegando à F- 1. Justamente por isso eu sinto esta responsabi­lidade. Obrasileir­o espera por isso”, afirmou Nasr à Folha no escritório da Williams emInterlag­os.

“Temos uma história na F- 1, e o brasileiro espera que isso tenha continuida­de. Para mim, é legal ter essa primeira chance, mas tenho que manter os pés no chão, tenho muita coisa para aprender. Será uma primeira temporada de aprendizad­o, mas não tira minha vontade de fazer o melhor que posso e quem sabe sonhar em ser campeão.”

Aos 22 anos, Nasr trabalha desde o ano passado com uma empresa inglesa que faz seu acompanham­ento nutriciona­l, físico e psicológic­o, algo que ele vê como fundamenta­l neste momento da carreira. Conversas comquem já lidou com esta responsabi­lidade, como Massa e Barrichell­o, também fazem parte de sua preparação para ser o 31 º brasileiro a chegar na F- 1.

“Qualquer brasileiro que começa na F- 1 tem essa pressão. Venho lidando com isso desde o início da minha carreira, mas também sei que na F- 1 tudo é maior, incluindo a pressão e o assédio.”

O acordo com a Sauber, que foi finalizado na última segunda ( 3) após um longo processo de negociação, tem duração de duas temporadas.

Com contrato com a Williams até o fim do campeonato, Nasr participar­á de testes com o time inglês em Abu Dhabi no dia 25, e só depois estará liberado para se juntar à equipe suíça.

Parte importante da negociação com a Sauber foi o apoio financeiro que Nasr trouxe do Banco do Brasil, o que, segundo ele, virou uma necessidad­e na F- 1 de hoje.

“Se olhar na época em que o Massa chegou, as equipes tinham programas que só talento interessav­a. Hoje , um bom piloto é um piloto que traz bons patrocínio­s.”

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