Folha de S.Paulo

Marisa Orth reencontra os parceiros do Luni em show

Banda que fez história na vanguarda dos anos 1980 se apresenta hoje em SP

- MORRIS KACHANI

Espetáculo no Auditório Ibirapuera terá antigos sucessos, duas músicas inéditas e homenagem à cantora Vange Leonel

DE SÃO PAULO

Na história da vanguarda paulistana dos anos 1980, o Luni ocupa umlugar especial.

Com integrante­s vindos de áreas tão distintas comolitera­tura ou teatro, o grupo projetou uma geração de artistas que tem na atriz Marisa Orth sua mais conhecida expoente.

Foram mais de 200 apresentaç­ões em saudosos espaços como o OFF, o Mam- bembe ou o Madame Satã.

“O Luni marcou uma época. Nossos encontros eram muito criativos, abriram nossas cabeças”, diz Marisa.

Nesta sexta ( 7), os oito lunis se reencontra­m, mais de 20 anos após a dissolução do grupo. A apresentaç­ão terá a participaç­ão de convidados como Os Mulheres Negras e Fábrica Fagus, e projeções de oito VJs em um telão.

O grupo, que se tornou conhecido com o “Rap do Rei”, da abertura da novela “Que Rei Sou Eu?”, chegou a fazer umaturnê de revival em2002.

Mas a apresentaç­ão desta noite tem um gosto especial. Traz duas composiçõe­s inéditas e uma homenagem à cantora Vange Leonel, morta em julho deste ano.

Para Natália Barros, uma das mentoras do grupo ( e hoje poeta e paisagista) é difícil classifica­r o tipo de som que a banda faz. Ela situa o Luni em um espaço pós- Arrigo Barnabé e pós- Itamar Assumpção.

Emsuagênes­e, abandanão era só som — havia também performanc­e. Dedança, decirco, de teatro, de percussão ou de luzes fosforesce­ntes.

O escritor Caio Fernando Abreu( 1948- 96), fã doLuni, escreveu sobre o grupo: “É um som que você pode dançar, e também ver. Passam alegria ( que raro), saúde ( oba!), vontade de viver ( wow!)”.

A Folha acompanhou um ensaio da banda na terça ( 4). O repertório do show será ba- sicamente composto por músicas do único disco do grupo, de 1998. Alguns arranjos ganharam releitura. Abateria eletrônica e o teclado D50, com acento que remete aos anos 1980, deram espaço para novas experiment­ações.

Quanto a alguns dos outros membros do coletivo, André Gordon é hoje web designer em Nova York, Fernando Figueiredo é produtor musical, Gilles Eduar virou autor de livros infantis e Theo Werneck formou um trio de blues.

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