ENTENDEU OU QUER QUE EU
TRUNFOFO DE DE G GRIFES IFES PARA BUSCAR IDENTIDADE E MOSTRAR O TEMADA COLEÇÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A estamparia, uma das locomotivas da moda brasileira, tem se transformado em traço singular das marcas.
“Em alguns casos como da Amapô, da Dress To e da Farm, a estamparia se tornou tão específica que você consegue adivinhar a origem da peça pelo tipo”, diz Adriana Berto, diretora de criação da empresa Kalimo.
La Estampa, Texprima e Kalimo figuram no grupo de escritórios de confecção de estampas que mais fornecem material para as marcas que desfilam no calendário de moda. Esses escritórios desenvolvem padronagens próprias e viabilizam a impressão das que são feitas pelas equipes criativas das marcas.
“Temos um banco de imagens com diversos temas e vendemos estampas exclusivas para algumas grifes. Para outras, desenvolvemos produtos especiais a partir de uma ideia do estilista”, conta Marcelo Castelão, diretor criativo da La Estampa, empresa que exporta padrona- gens para marcas europeias e do mercado asiático.
Antes rígida sobre o tecido, aestampapassouaserimpressa no fio, melhorando o caimentodaroupa. Hoje, a maior parte dasmarcastrabalhacom estamparia digital, que oferece mais opções de cores, mas algumas ainda preferem amáquina rotativa, que rende um resultado mais chapado.
É uma questão de escolha estética. “Às vezes, o resultado esperado é mais artesanal, com menos retículas e, para isso, ainda se usa a rotativa”, afirma Berto. Segundo ela, as duas técnicas hoje têm qualidade e preço similares.
Para Daniela Ray, diretora criativa da Texprima, a estamparia é umdos traços distintivos da moda nacional e deixou de ser um detalhe no tecido para assumir um papel protagonista.
“Nossas padronagens costumam ser mais abertas e detalhadas. As marcas também valorizam estampas que contam a história da coleção ou que estabelecem uma ligação afetiva com o consumidor.”
O uso de um tema amar- rando um desfile e uma coleção é relativamente recente.
“Antes, estilistas tinham inspiração para as roupas, mas não havia o imperativo de umtema que norteasse tudo”, conta Julian Roberts, professor do Royal College of Art, em Londres.
A ideia de um tema identificável surgiu tanto por motivos mercadológicos quanto pela reconhecimento da moda como expressão artística. “O público passou a querer se conectar com a mensagem passada pela roupa”, frisa.
Para o especialista, o corte do tecido e o caimento transmitemmensagens, mas“aforma mais explícita de fazer isso é com uma estampa”. ( JULIANA CUNHA)