Folha de S.Paulo

Acordo para blindar políticos na CPI da Petrobras irrita Aécio

Em nota, tucano nega que sua sigla tenha pactuado com acerto para barrar apuração

- DE BRASÍLIA

O “acordão” firmado na CPI mista da Petrobras para blindar os políticos suspeitos de envolvimen­to no esquema de corrupção na Petrobras gerou uma crise no PSDB.

O senador Aécio Neves ( PSDB- MG), presidente do partido, se irritou com o aval de integrante­s da sigla especialme­nte porque o “acordão” foi fechado no dia de seu retorno ao Senado, em que discursou defendendo investigaç­ão sobre o esquema.

Nesta quinta ( 6), Aécio enviou nota à imprensa para negar que o partido tenha pactuado com “qualquer tipo de acordo que impeça o avanço das investigaç­ões na CPI”.

“Temos de ir a fundo na apuração do chamado ‘ petrolão’ e na responsabi­lização de todos que cometeram eventuais crimes, independen­temente da filiação partidária. Essa é a posição inarredáve­l do PSDB”, diz a nota.

No acordo, o PT conseguiu barrar convocaçõe­s considerad­as incômodas, como a da senadora paranaense Gleisi Hoffmann, a do ministro Pau- lo Bernardo ( Comunicaçõ­es) e a do tesoureiro da sigla, João Vaccari Neto, citados na delação da Operação Lava Jato.

Já o PSDB agiu para evitar a ida à CPI do empresário Leonardo Meirelles, apontado como laranja do doleiro Alberto Youssef. Meirelles disse à Justiça que tucanos também receberam propina.

O deputado Carlos Sampaio ( SP) represento­u o PSDB na reunião da CPI. Nesta quinta, ele negou que a reunião tenha provocado mal- estar no PSDB e disse que não houveacord­o para poupar políticos, mas a construção de um “roteiro de procedimen­tos” diante do curto prazo para o fim das investigaç­ões.

Segundo Sampaio, o roteiro prioriza as apurações relacionad­as às empreiteir­as e aos diretores da Petrobras suspeitos de envolvimen­to no esquema de corrupção.

Relator da CPI, o deputado Marco Maia ( PT- SP), seguiu o discurso. “Não houve acordo sobre oresultado, de quemserá ou não investigad­o. Não há acordo de proteção de A, B ou C.” ( MÁRCIO FALCÃO, GABRIELA GUERREIRO E GABRIEL MASCARENHA­S)

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