Obama defende a neutralidade da internet americana
Agência nos EUA estudaria banda mais rápida para quem pagar mais
Opresidente dos EUA, Barack Obama, defende a neutralidade da rede, que dá isonomia aos internautas. “Nenhum serviço deve ficar preso a uma‘ pista lenta’ porque não paga taxa.” Agência reguladora do país pode anunciar banda mais rápida para quem pagar mais.
No Brasil, operadoras de telefonia e internet dizem que já podem vender serviço ‘ vip’; deputado discorda
O debate sobre a cobrança diferenciada de pacotes de internet esquentou nos EUA nesta segunda ( 10) com a divulgação de umvídeo do presidente dos EUA, Barack Obama, na conta da Casa Branca no YouTube, no qual ele defende a neutralidade da rede, princípio que garante a isonomia aos internautas.
“Nenhum serviço deve ficar preso a uma ‘ pista lenta’ porque não paga uma taxa”, disse Obama no vídeo. “Desde que a internet foi criada, ela se organizou em torno de princípios de transparência, equidade e liberdade.”
As declarações de Obama respondem aos rumores de que o presidente do FCC ( Federal Communication Council, agência reguladora independente), Tom Wheeler, poderia propor uma regulação da internet dividindo- a em duas: varejo e atacado.
No varejo, a ponta em que ficam os consumidores residenciais, não poderia haver nenhum tipo de violação de tráfego, bloqueio de conteúdo ou navegação pelos prestadores de serviço.
Mas, no mercado de atacado ( no qual os operadores negociam com grandes empresas, incluindo produtores de conteúdo como Netflix), po- deria haver cobrança diferenciada pelas donas das redes. Quem quisesse mais velocidade pagaria a mais por isso.
Obama disse que não pode interferir nas decisões do FCC. Mas cobrou, publicamente, uma posição firme de Tom Wheleer na defesa da neutralidade plena de rede. O presidente da agência foi indicado por Obama para ocupar o cargo.
BRASIL
No Brasil, as operadoras de telefonia e internet acreditam que já podem vender serviços diferenciados aos clientes que, eventualmente, queiram velocidades mais elevadas ou mais qualidade na transmissão de seus sinais de internet.
Segundo Eduardo Levy, presidente do Sinditelebrasil, associação que representa as teles, o Marco Civil da Internet permite que essa oferta diferenciada ocorra desde que seja válida para todos do mercado, provedor ou produtor de conteúdo.
“A lei mantém os modelos de negócio”, disse Levy. “O que não podemos é discriminar uns em favor de outros.”
O deputado federal Alessandro Molon ( PT- RJ), relator do Marco Civil, discorda. Para ele, não existe brecha para interpretações desse tipo na lei, aprovada em abril, e isso configura quebra da neutralidade da rede.
De acordo com a lei, violações à neutralidade serão tratadas como exceções definidas pela presidente Dilma Rousseff em um decreto ainda sem data prevista.