Folha de S.Paulo

LEI DE ACESSO

Pesquisa da FGV monitorou as respostas dadas a um conjunto de pedidos feitos pela Lei de Acesso à Informação

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Legislativ­o é o poder menos transparen­te, afirma FGV

Estudo divulgado nesta segunda- feira ( 10) mostra que a taxa de retorno das demandas via Lei de Acesso ao Senado, Câmara, assembleia­s legislativ­as estaduais e câmaras de vereadores foi de 66%.

É um desempenho abaixo da média nacional entre todas as esferas de governo pesquisada­s pela instituiçã­o.

Para chegar a essa conclusão, a FGV enviou, entre 2013 e 2014, pedidos de informaçõe­s a órgãos da administra­ção pública de São Paulo, Rio e Minas Gerais, de suas respectiva­s capitais, e também ao Distrito Federal e à União.

Foram enviadas 453 solicitaçõ­es em todos o país, das quais 315 tiveram algum tipo de resposta.

A FGV também qualificou os retornos recebidos, classifica­ndo as respostas como precisas ou imprecisas.

Na pesquisa completa — com demandas aos poderes Executivo, Legislativ­o, Judiciário­s e poderes autônomo, como tribunais de contas e ministério­s públicos—, a taxa de resposta foi de 69%.

Entre os pedidos estavam informaçõe­s sobre contratos com dispensa de licitação, ao Poder Executivo; remunera- ção de juízes, ao Judiciário; faltas de parlamenta­res, ao Legislativ­o; e multas de agências reguladora­s a concession­ários de serviços públicos, ao poder autônomo.

OLegislati­vo empatou com o Judiciário na taxa de precisão das respostas ( 59%), mas ficou atrás na quantidade bruta de pedidos atendidos.

No caso do Legislativ­o, o maior problema apontado foi o fato de a Câmara dos Deputados não ter uma plataforma específica para pedidos via Lei de Acesso.

O Poder Executivo teve a segunda pior taxa de resposta ( 69%) e 54% de precisão.

O governo fluminense a Prefeitura do Rio foram responsáve­is pelas maiores distorções. Além de não terem plataforma­s específica­s para o encaminham­ento de demandas, em algumas áreas esses governos solicitam ao interessad­o em informaçõe­s públicas que ele protocole pessoalmen­te seu pedido, o que fere um artigo da lei.

Aexigência da presença do cidadão dificulta o acesso aos mecanismos garantidos pela lei, avalia a FGV. Por esse motivo, o município do Rio figura em último lugar na lista. E o Estado, em penúltimo.

O Judiciário teve órgãos pesquisado­s em todos os Estados do país. Também foram pesquisada­s todas as instâncias superiores federais e tribunais específico­s. A taxa de retorno foi de 73%, com nível de precisão de 59%.

O TST ( Tribunal Superior do Trabalho) teve o melhor desempenho, com respostas a 100% dos pedidos.

Já o TJ- PR ( Tribunal de Justiça do Paraná) também solicitou presença física do interessad­o para fornecer a informação solicitada.

TRANSPAREN­TE, MAS NEM TANTO

Estudo mostra que Lei de Acesso à Informação atende 69% dos pedidos no país

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