Folha de S.Paulo

Alckmin pede ajuda federal para investir R$ 3,5 bi contra seca

Após reunião do governador com Dilma, Planalto cria grupo de trabalho e indica que deve financiar obras para conter falta de água

- MARIANA HAUBERT NATUZA NERY DE BRASÍLIA

O governador paulista, Geraldo Alckmin ( PSDB), apresentou à presidente Dilma Rousseff ( PT) pedido de ajuda federal para financiar oito obras, ao custo de R$ 3,5 bilhões, contra a crise de abastecime­nto de água no Estado.

O governo federal aguarda mais detalhes das propostas, mas, após reunião de umahora no Planalto nesta segunda ( 10), indicou que deverá custear pelo menos parte delas.

As obras já haviam sido divulgadas pelo governo de São Paulo, embora sem detalhes sobre seu financiame­nto.

A principal delas, ao custo de R$ 830 milhões, é a inter- ligação dos reservatór­ios Atibainha e Jaguari — para a transposiç­ão para São Paulo de água do rio Paraíba do Sul, que abastece Rio e Minas.

O pacote também inclui barragem, adutora e poços para a região de Campinas, umainterli­gação comarepres­a Billings ( que abastece a zona sul) e duas estações para tratar água do esgoto e reuti- lizá- la no abastecime­nto.

Segundo a Folha apurou, representa­ntes do governo federal esperavam um pedido de auxílio ainda maior.

Depois do encontro, Alckmin admitiu que as obras não trazem solução imediata porque algumas ficarão prontas só no fim de 2015 e outras podem levar três anos.

“A presidente viu com bons olhos o conjunto das obras, mas vamos ter uma conversa mais aprofundad­a para que ela bata o martelo. Estamos muito preocupado­s com São Paulo. Então o governo federal está disposto a contribuir com as soluções”, afirmou a ministra Miriam Belchior ( Planejamen­to).

Um grupo de trabalho foi criado para discutir a ques- tão. A primeira reunião acontece na próxima segunda ( 17).

O governo federal poderá arcar com grande parte dos recursos para as obras, mas a quantia não foi definida.

“Se nesse processo estiver clara a importânci­a dessas obras para o abastecime­nto da região metropolit­ana, podemos até apoiar tudo, mas ainda não houve nenhuma discussão de quanto será pago pelo governo federal”, disse Miriam Belchior.

Alckmin afirmou que qualquer valor que o governo federal puder contribuir será bem- vindo. “O governo de São Paulo precisará do máximo que [ o governo federal] puder. Pode ser recurso a fundo perdido, do Orçamento Geral da União, ou pode ser financiame­nto”, afirmou.

O governador tentou minimizar os efeitos das eleições sobre as negociaçõe­s com o Planalto. “O palanque acabou. Vamostraba­lhar juntos.”

Na campanha, a crise da água foi explorada por Dilma e pelo PT como exemplo de fracasso de gestões tucanas.

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