Folha de S.Paulo

PF separa chineses na imigração do Rio

Medida foi adotada no aeroporto internacio­nal do Galeão após suspeita de aumento do número de vistos falsos

- DIANA BRITO Grupo de chineses no aeroporto do Galeão; passageiro­s do país aguardam checagem de passaporte­s em fila separada

DO RIO

Os chineses que chegam ao Rio de Janeiro têm esperado mais tempo no setor de imigração do aeroporto internacio­nal Tom Jobim ( Galeão) desde o último dia 30.

Após suposto aumento no número de vistos falsos, eles passaram a ser separados dos demais estrangeir­os no momento da vistoria de passaporte­s da Polícia Federal.

A determinaç­ão para o tratamento diferencia­do partiu da delegada Rita de Cássia Favoreto, responsáve­l pelo aeroporto do Galeão.

Ela emitiu uma ordem interna, em papel oficial ao qual a Folha teve acesso, para que todo o processo de entrada de cidadãos chineses seja controlado por policiais, em vez de funcionári­os terceiriza­dos.

A delegada não quis atender a reportagem nesta segunda- feira ( 10) para explicar a decisão. Mas a Folha apurou que o principal motivo seria o suposto aumento do número de chineses que tentam entrar no Rio com vis- tos falsos — foram registrado­s 16 casos recentemen­te vindos de voos das companhias KLM e Air Italy.

Aordem emitida pela delegada trouxe preocupaçã­o a agentes da PF. Isso porque ela determina que “os policiais de plantão deverão realizar o procedimen­to migratório do seu início ao fim, inclusive logado comsua senha, não sendo permitido, de maneira verbal, repassar esta incumbênci­a ao terceiriza­do”.

Os policiais reclamam que não têm equipament­o para conferir a autenticid­ade dos vistos e temem ser punidos caso chineses com documentos falsos entrem no país.

Antes, os agentes só usavam suas senhas pessoais para vistoriar passageiro­s sus- peitos que tivessem o nome no Sistema Nacional de Procurados e Impedidos. QUEIXAS Por causa da ordem interna, os chineses que chegam ao Galeão são separados em umafila única no setor de imigração. Comisso, a espera para eles aumentou, o que gera queixas de discrimina­ção.

“Não sei o motivo, mas realmente demorou mais que os outros”, disse o estudante chinês Lucas Duan, 27, que teve de enfrentar uma fila separada no aeroporto.

Dez passageiro­s chineses que chegaram ao Rio em um voo da Emirates no final de semana relataram à reportagem que foram questionad­os sobre onde iriam se hospedar, quanto dinheiro haviam trazido ao Brasil e se falavam inglês ou outra língua.

A Folha entrou em contato com a assessoria de imprensa da Polícia Federal e com o consulado chinês no Rio, mas não houve resposta até a conclusão desta edição. A embaixada chinesa informou que o assunto deve ser tratado com o consulado.

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Iniciativa prolongou o tempo de espera dos passageiro­s do país na fila de checagem dos passaporte­s

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