Folha de S.Paulo

O advogado não sabia cobrar dos clientes

- ANDRESSA TAFFAREL

DE SÃO PAULO

Terno, camisa e lenço brancos, meias pretas, umagravata discreta e o mesmo modelo de sapato. Dia após dia, era assim que Umberto Luiz D’Urso se vestia, até quando saía para um simples almoço no domingo com a família.

O guarda- roupa monotemáti­co foi uma das marcas do advogado que começou atendendo os clientes em ca- sa, no Bom Retiro, centro paulistano, e que não sabia cobrar por seus serviços.

Normalment­e deixava os honorários em segundo plano — tinha quase vergonha de falar sobre isso—, o que fez a família passar por alguns apertos financeiro­s, já quenão foram poucas as vezes emque acabou trabalhand­o de graça.

Assim como dinheiro, tempo não era uma grande preocupaçã­o do advogado. Com seu jeito afável, atendia quem precisasse sem pressa. Nunca olhava para o relógio.

Durante os mais de 50 anos de profissão, que lhe renderam o título de decano da advocacia pela OAB( Ordem dos Advogados do Brasil), dedicou- se ao ensino do direito em várias universida­des e ao escritório fundado em 1956, no qual ganhou a companhia dos dois filhos, Luiz Flávio e Umberto Luiz, e de três netos.

Ligado à igreja, também advogou no Tribunal Ecle- siástico. Gostava ainda de discutir política, influencia­ndo alguns de seus descendent­es, que já disputaram eleições.

Morreu na quarta- feira ( 5), aos 88 anos, de falência de múltiplos órgãos. Deixa a mulher, Ruth, os filhos e quatro netos. A missa do sétimo dia será a partir das 19h de hoje ( 11/ 11), na paróquia Nossa Senhora Auxiliador­a, no Bom Retiro, onde ajudava na missa todos os domingos. coluna. obituario@ uol. com. br

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