Palestinos matam soldado e mulher israelenses a facadas
Após ataques em série a cidadãos de Israel, premiê promete ‘ ações concretas’
Umdos autores era integrante da Jihad Islâmica, segundo o grupo; outro era jovem palestino da Cisjordânia
Um soldado israelense e uma mulher morreram esfaqueados por palestinos em dois ataques nesta segundafeira ( 10) em Tel Aviv e na Cisjordânia. As mortes ocorrem em meio ao aumento da tensão na região após o fechamento, por Israel, da Esplanada das Mesquitas, em outubro.
Após o ataque contra o soldado em Tel Aviv, o primeiro- ministro Binyamin Netanyahu disse que tomará “ações concretas contra os que pedem a destruição do Estado de Israel” e sugeriu que os críticos ao seu governo se mudem para Gaza ou para a Cisjordânia.
“Àqueles que se manifestam e denunciam Israel e apoiam o Estado palestino, digo apenas uma coisa: estão convidados a se mudar para lá — para a Autoridade Palestina ou para Gaza”, disse.
“Prometo que Israel não colocará nenhum obstáculo em seu caminho”, acrescentou o premiê durante encontro de seu partido, o Likud, no Parlamento israelense.
Suas palavras reiteram a mensagem divulgada por seu escritório no sábado ( 8) indicando a intenção de so- licitar ao Ministério do Interior que estude a revogação da cidadania de árabes- israelenses que “atentarem” contra o país.
No primeiro ataque, umjovem morador da Cisjordânia esfaqueou o soldado de 20 anos perto da estação de trem Hahagana, em Tel Aviv, capital comercial israelense, que raramente tem episódios de violência desde o fim da segunda intifada ( 2005). Após tentar se refugiar numprédio, o palestino foi preso.
Horas depois, outro palestino saiu de um carro e ata- cou com uma faca três civis antes de ser morto por um guarda perto da colônia de Gush Etzion, na Cisjordânia ocupada. Uma jovem israelense de 25 anos morreu, e um homem de 26 anos e outro de 50 ficaram feridos.
A Jihad Islâmica disse que o autor do último ataque era membro do grupo militante. A polícia israelense afirmou que o palestino já havia ficado preso entre 2000 e 2005 por um atentado a bomba.
No fim de semana, um jovem árabe- israelense que tentou impedir a prisão de um amigo no norte de Israel, ameaçando os oficiais com umafaca, foi morto a tiros por policiais. Nas últimas três semanas, ao menos três pessoas morreram atropeladas por palestinos em Israel.
No fim de outubro, o governo israelense fechou a Esplanada das Mesquitas, o terceiro local mais sagrado para o islã, após atentado contra um ativista de ultradireita por um palestino. A medida foi vista como uma “declaração de guerra” pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.