Acusados de matar cinegrafista com rojão deixam a prisão no Rio
Por falta do equipamento, eles ficarão sem tornozeleira eletrônica
DO RIO
Acusados de acender o rojão que matou em 2014 o cinegrafista Santiago Andrade, da Band, durante protesto no Rio, Caio Silva de Souza e Fábio Raposo deixaram nesta sexta ( 20) a prisão em Bangu, na zona oeste da cidade.
Os dois seriam liberados na quinta ( 19), mas não saíram porque o governo estadual não tinha tornozeleiras eletrônicas para monitorá- los por falta de pagamento à empresa fornecedora.
Por causa do problema, obtiveram permissão judicial para serem soltos sem o mo- nitoramento.
No mesmo dia, o secretário de Administração Penitenciária, César Rubens de Carvalho, pediu demissão.
Souza e Raposo deixaram o complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, em carros com vidros fumê, sem falar com a imprensa. O advogado de Caio Souza, Wallace Paiva, disse que, mesmo que a Promotoria entre com recurso, a defesa vai responder.
“Eles jamais ofenderam a ordem pública. Não são delinquentes. Essa decisão merece aplausos”, disse o advogado Wallace Paiva.
A defesa de Fábio Raposo não quis se pronunciar.
A Folha tentou falar com os familiares dos dois acusados, mas eles não quiseram dar entrevista.
Enquanto os dois saíam do presídio em carros com os vidros escuros, jovens apontados como colegas deles hostilizavam a imprensa.
Apesar da permissão judicial de soltura sem monitoramento, a dupla está proibidos de deixar a cidade do Rio, de sair de casa à noite e de participar de protestos.
A família do cinegrafista Santiago Andrade disse lamentar a libertação dos dois acusados. ( DIANA BRITO)