D. O. M. é o melhor no ‘ Michelin’ brasileiro

Restaurante de Alex Atala foi única contemplada com duas estrelas pelo guia; nenhum recebeu avaliação máxima

Informações foram publicadas ontem no site da publicação, que será lançada oficialmente em abril

DE SÃO PAULO

As avaliações de restaurante da primeira edição brasileira do guia “Michelin”, que tem lançamento previsto para o dia 8 de abril, foram di- vulgadas antes da hora em seu site. Nesta sexta ( 20), já era possível consultar informações sobre 145 casas.

O único restaurante a receber duas estrelas — de três possíveis— foi o paulistano D. O. M., do chef Alex Atala. Nenhuma casa conquistou a avaliação máxima.

“É bom para baixar a bola de todo o mundo”, diz o restaurateur Rogério Fasano, cujo restaurante Fasano foi contemplado. “Não vou negar que acho que eu mereceria uma estrela a mais, mas, ao mesmo tempo, digo que dificilmente com a nossa deficiência de matéria- prima teremos três estrelas no Brasil.”

Dezesseis restaurantes do Rio e de São Paulo, cidades que foram alvo do volume, receberam uma estrela.

Há ainda 25 casas citadas no Bib Gourmand, que compila lugares com boa relação entre qualidade e preço.

Marcelo Bastos, chef do Ji- quitaia, presente nesta última categoria, diz esperar ver reflexo no movimento na casa. “Fico lisonjeado. Tirando o fato de que eles falaram que nossa cozinha é paraense, e não paranaense”, brinca. CRITÉRIOS As estrelas do guia, que faz visitas anônimas às casas, levam em consideração a qualidade dos produtos, o domínio dos sabores e das técnicas, a personalidade da cozi- nha, o custo- benefício e a regularidade dos pratos.

Ivan Ralston, à frente do Tuju, que, mesmo sem ter completado seu primeiro ano também levou uma estrela, diz que por conta de o guia levar mais em conta a comida, a casa foi bem avaliada. “Sob esse critério a gente se sai bem.”

Uma estrela significa que o restaurante é muito bom e prepara pratos de alto nível com consistência. Vale visitar durante uma viagem.

Duas estrelas representam uma cozinha excelente e pratos preparados com técnica apurada. Vale fazer um desvio para ir ao restaurante. A avaliação máxima é dada a restaurantes excepcionais, para os quais valeria uma viagem só para conhecê- los.

A Folha não conseguiu contato com o “Michelin” até a conclusão desta edição para confirmar se a lista foi publicada intencionalmente ou se houve vazamento.