Folha de S.Paulo

A VOLTA POR CIMA DE Zaid Abdul

Menino sírio que comoveu o mundo ao ser derrubado por uma

- JOSÉ BENEDITO DA SILVA EDITOR- ADJUNTO DE “ESPORTE” RAFAEL VALENTE

DE SÃO PAULO

Há duas semanas, o menino sírio Zaid Abdul, 7, tentava entrar na Hungria fugindo da guerra civil em seu país, no colo do pai, Osama Abdul Mohsen, quando foi ao chão derrubado por uma espécie de rasteira dada pela cinegrafis­ta húngara Petra Lazlo.

O pai, que tentava fugir de policiais húngaros, protestou enquanto levantava do chão o filho, que estava aos prantos, com o pânico no rosto.

A cena comovente, uma das tantas envolvendo a recente onda de refugiados pela Europa, correu o mundo, causou indignação e levou à demissão de Lazlo pelo canal N1TV, ligado ao partido Jobbik, de ideias neonazista­s.

Sábado, 20: o menino, saltitando e sorrindo, pisa no gramado do Santiago Bernabéu, o imponente estádio do Real Madrid onde brilharam craques como Di Stéfano, Puskás, Kopa, Ronaldo e Zidane.

De mãos dadas com o garoto, um dos maiores astros do futebol: o português Cristiano Ronaldo, com uma camisa de apoio aos refugiados.

A cena, em um Bernabéu com mais de 80 mil pagantes, era o final feliz de uma longa e dramática aventura empreendid­a por seu pai, um técnico de futebol que comandava o Al- Fotuwa, time da primeira divisão síria que já teve seus momentos de glória, campeão em 1990 e 1991.

Quando ele foi identifica­do nas redes sociais, o futebol espanhol disse “presente”. O Cenafe ( Centro Nacio-

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