Folha de S.Paulo

Só em 2014 e 2015, informou. O advogado disse que os serviços prestados pela LFT podem ser comprovado­s.

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O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Luis Cláudio Lula da Silva, criticou a operação de busca nos escritório­s da LFT e da Touchdown, do filho do ex-presidente Lula. Ele pediu à Justiça e à PF acesso ao material usado para justificar a medida. Disse que a falta de acesso “impede que a defesa possa exercer o contraditó­rio e tomar outras medidas cabíveis”.

“A busca e apreensão dirigida à Touchdown revela-se desproposi­tada na medida em que essa empresa não tem qualquer relação com o objeto da investigaç­ão da chamada Operação Zelotes”, disse.

A LFT é citada por ter recebido R$ 2,4 milhões da Marcondes & Mautoni (M&M), firma de lobistas que atuaram na aprovação da medida provisória com benefícios fiscais à indústria automobilí­stica.

“A simples observação da data da constituiç­ão da empresa é o que basta para afastá-la de qualquer [...] suspeita”, disse Martins. “A MP foi editada em 2009 e a LFT constituíd­a em 2011 —dois anos depois”. Já a prestação de serviços da LFT à M&M ocorreu INTERPRETA­ÇÕES O ex-ministro Gilberto Carvalho se diz indignado em ver seu nome citado na Operação Zelotes e desafia “quem quer que seja” a provar que ele tenha recebido recurso ilícito: “Nunca recebi dinheiro nenhum. Eu tenho uma chácara, um apartament­o para pagar em vinte anos e uma filha falida, a quem tenho de ajudar. Estão fazendo meras e tristes interpreta­ções”, disse.

Carvalho admite que conhece um dos suspeitos presos, Mauro Marcondes, da M&M. “Quando era chefe de gabinete, eu o recebia para tratar de temas relativos a ele ter uma audiência com o presidente Lula. Vinha demandar interesses do setor automobilí­stico, algo normal. Nunca o encontrei fora do meu gabinete”, disse.

Carvalho disse que Lula conhece Marcodes há anos, mas não sabe se são amigos. Ele confirma que, num dos encontros, em 2013, Marcondes pediu ajuda na renovação da MP, mas argumenta que MPs não passavam por sua alçada.

O ex-ministro prestou depoimento à PF. A delegada perguntou se ele já havia recebido algum presente de Marcondes. “Quando adotei minhas duas filhas, em 2009, ele enviou duas bonecas para elas. Pelo que entendi, elas não tinham valor nenhum”,

ROCHA E GABRIEL MASCARENHA­S)

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Oslaim Brito / Agência O Globo Agentes da Polícia Federal em São Paulo, durante busca e apreensão na Operação Zelotes

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