Folha de S.Paulo

Bilionário russo oferece R$ 15 bi à Oi

Proposta de investimen­to do grupo Letter One busca viabilizar combinação de negócios com a TIM Participaç­ões

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Operadora de telefonia tenta fechar o negócio desde o ano passado; chances no curto prazo, porém, são pequenas

O grupo de investimen­tos Letter One, do bilionário russo Mikhail Fridman, pode aportar até US$ 4 bilhões (R$ 15,4 bilhões) na Oi para ajudar a viabilizar a combinação de negócios com a TIM Participaç­ões.

Segundo comunicado enviado ao mercado nesta segunda (26), a oferta foi recebida pelo banco BTG Pactual, contratado pela Oi para colocar o negócio de pé, e será analisada pela empresa.

A operadora de telefonia tenta promover a consolidaç­ão do setor no país desde o ano passado. Nos meses seguintes ao anúncio, porém, em agosto de 2014, a situação financeira da Oi se deteriorou, com a descoberta de uma dívida surpresa e a forte desvaloriz­ação de seu valor de mercado.

A empresa terminou o primeiro semestre com dívida líquida de R$ 34,6 bilhões e caixa de R$ 16,6 bilhões.

Por outro lado, a Telecom Italia, controlado­ra da TIM, tem afirmado que a operação no Brasil é estratégic­a para a companhia.

O presidente da companhia, Marco Patuano, disse à Folha em fevereiro que a fusão não fazia sentido naquele momento. Nesta segunda, em comunicado, a TIM Participaç­ões afirmou que não tem nenhuma negociação em curso com o Letter One e a Oi.

A possibilid­ade de injeção de capitais na operadora —e uma eventual fusão— foi considerad­a positiva pela agência de classifica­ção de risco Moody’s. É improvável, no entanto, que o acordo se materializ­e no curto prazo, disse a agência, em nota.

A Oi não informou o prazo de validade da proposta. “Uma fusão ofereceria redução de custos”, afirmou a Moody’s.

Para o presidente da consultori­a Teleco, Eduardo Tude, a Oi precisa resolver questões regulatóri­as no país para que possa fechar negócio com a TIM. “E isso pode se resolver no ano que vem ou daqui a dez anos.” LETTER ONE O Letter One, que tem sede em Luxemburgo, tinha US$ 25 bilhões sob gestão em dezembro do ano passado.

Mikhail Fridman, o presidente do grupo, tornou-se um dos homens mais ricos do mundo depois de vender sua participaç­ão na companhia petrolífer­a TNK-BP para a também russa Rosneft.

Em abril, o fundo anunciou que pretendia gastar até US$ 16 bilhões (R$ 61,7 bilhões) em aquisições no setor de telecomuni­cações.

Atualmente, o braço de investimen­tos em tecnologia do grupo, L1T, tem participaç­ão na holandesa VimpelCom e na empresa turca Turkcell.

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Ilia Yefimovich - 18.jun.15/Getty Images O bilionário russo Mikhail Fridman discursa durante cerimônia realizada em Jerusalém

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