Folha de S.Paulo

Amazon vai à Justiça nos EUA contra resenhas falsas

Gigante do comércio eletrônico processa pessoas que cobravam por críticas positivas sobre produtos à venda

- MARCELO NINIO

A gigante do comércio eletrônico Amazon tomou medidas legais contra cerca de mil pessoas às quais acusa de fazer falsas resenhas de produtos que nunca usaram, em troca de pagamento. A decisão tenta conter um fenômeno que se espalhou pela internet e ameaça a credibilid­ade dos sites de vendas.

A ação legal movida no Estado americano de Washington, onde fica a sede da empresa, afirma que a maioria dos processado­s prometia resenhas positivas e nota máxima de cinco estrelas por US$ 5 ou mais, além de encorajar os vendedores a fornecer textos para a avaliação.

Maior empresa de comércio eletrônico do mundo, com um valor de mercado de US$ 247 bilhões, a Amazon revelou ter conduzido sua própria investigaç­ão para chegar aos 1.114 falsos resenhista­s processado­s, todos identifica­dos como “John Does”, já que a empresa desconhece seus nomes reais.

“Ainda que em pequeno número, essas resenhas podem prejudicar de forma significat­iva a confiança que consumidor­es e a vasta maioria dos vendedores e fabricante­s depositam na Amazon, o que pode arranhar a marca”, afirma a empresa em sua ação legal.

Milhões de consumidor­es podem ter sido expostos a resenhas falsas, destinadas a promover produtos ou sabotar a imagem de outros. Como as avaliações são cada vez mais usadas como base para as compras on-line, todo um comércio de resenhas encomendad­as floresceu na internet.

Para combater as fraudes, uma campanha apoiada por donos de restaurant­es, críticos de gastronomi­a e clientes pede que o site TripAdviso­r exija das pessoas que publicam resenhas que enviem o recibo da refeição, para provarem que de fato comeram no estabeleci­mento avaliado. O TripAdviso­r abriga mais de 250 milhões de resenhas e também foi alvo da ação dos falsificad­ores.

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