Secretário diz ter nova forma de computar mortes por PM
SP não sabe se subiram casos fora de serviço
O secretário da Segurança, Alexandre de Moraes, afirmou que mudanças metodológicas impedem comparar dados de mortes cometidas por policiais militares de folga neste ano em relação a 2014.
Com isso, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) não consegue apontar se esses números subiram, diminuíram ou ficaram estáveis em São Paulo. As informações foram dadas pelo governo nesta segunda (26).
Na semana passada, Moraes exaltou a redução da letalidade policial ao anunciar dados parciais apontando diminuição das mortes praticados por PMs em serviço.
Na ocasião, ele deixou de fora da primeira divulgação estatísticas de mortes cometidas por policiais civis —que aumentaram. Também não divulgou dados envolvendo policiais militares de folga, apesar de pedidos da Folha.
Segundo Moraes, até março deste ano, a PM não contabilizava algumas mortes praticadas por policiais que atuavam em legítima defesa. Agora, afirma ele, tanto PMs de folga que matam para se defender quanto para defender alguém são tratados de forma igualitária nas estatísticas.
O governo do Estado, sob gestões do PSDB, divulgou dados de letalidade de PMs de folga de 2001 a 2008. Na época, afirmava contabilizar os casos de legítima defesa. ESTRATÉGIA Potencial candidato tucano à prefeitura em 2016 pelo PSDB, Moraes vem adotando a estratégia de fatiar os dados da criminalidade —diferentemente de governos anteriores, que divulgavam estatísticas positivas e negativas de uma só vez, no mesmo dia.
Após ter divulgado redução de 17% dos casos de homicídios, nesta segunda ele anunciou uma queda de 32% de latrocínios (roubos seguidos de morte) no Estado —de 31 casos em setembro de 2014 para 21 casos no mês passado.
Já os roubos em geral tiverem uma leve variação —com diminuição de 0,05%.
O secretário de Alckmin disse que a estratégia de divulgação será mantida. “Vai continuar assim? Vai, enquanto eu for secretário”, afirmou.